Ex-treinador do Sport não escondeu a frustração pela saída do clube e aponta lado psicológico como principal rival do Leão
‘Ninguém aqui tem cadeira cativa’.
A mais marcante frase dita por PC Gusmão em sua apresentação no Sport, em 22 de agosto. Dois meses e sete dias depois, o treinador sentiu na pele a sua própria promessa.
Demitido após a derrota para o Náutico, 2 a 0, no último sábado, em conversa com o GLOBOESPORTE.COM/PE, o treinador não demonstrou mágoas com a direção rubro-negra.
- Só tenho o que agradecer ao presidente do Sport (Gustavo Dubeux) pela confiança e apoio. Infelizmente as coisas não saíram como planejamos e a mudança, numa situação como esse, é uma consequência comum no futebol – disse
Em 15 jogos sob o seu comando, o Sport venceu seis vezes, empatou quatro e perdeu cinco.
PC Gusmão chegou a somar sete jogos de invencibilidade à frente do Leão, conseguiu colocar o time do tão sonhado grupo dos quatro mais bem-classificados, após golear o Vitória, por 4 a 0, na Ilha, mas quando parecia que iria embalar na competição, mergulhou de cabeça na crise.
Nos últimos nove jogos, venceu apenas um, empatou duas vezes e perdeu seis.
PC Gusmão apontou os insucessos da temporada como principais adversários do seu trabalho.
- Eu herdei uma temporada já comprometida, uma torcida frustrada pela perda do hexacampeonato estadual e pela péssima campanha na Copa do Brasil (eliminado pelo Sampaio Corrêa na primeira fase). O elenco não vem sabendo trabalhar com a pressão, perdeu a estabilidade emocional, e quando tivemos uma sequência de duas derrotas (Criciúma 1 a 0; ABC 3 a 0) depois de golearmos o Vitória, acabamos perdendo o ‘tino’ – disse.
PC Gusmão também lamentou as constantes lesões que vêm castigando o Sport na Série B.
- Perdi jogadores importantes tecnicamente como, principalmente, psicologicamente. Atletas que exerciam uma liderança grande dentro do elenco – lamentou.
O treinador disse ter recebido três propostas para deixar o Sport na Série B (Cruzeiro, Ceará e Atlético/PR), mas que em nenhum momento se arrependeu de ter permanecido na Ilha.
- Estava abraçado na causa do Sport, focado no acesso. Eu fiz tudo que eu pude, tentei alternativas, mas não consegui. Vou embora frustrado, mas consciente que dei o máximo. De longe, ficarei na torcida – prometeu o treinador, que voltou no domingo, dia seguinte à sua demissão, ao Rio de Janeiro.
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