A maioria dos estádios, como o Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, ainda não tem metade das obras concluídas.
Apesar de manifestar confiança de que estádios e aeroportos estarão prontos para a Copa do Mundo 2014, o governo federal já admite rever obras "não essenciais" e sinaliza estar buscando "atalhos" para acelerar os preparativos.
Sem definir quais seriam as obras que não inviabilizam a realização dos jogos caso não fiquem prontas a tempo, o número dois do Ministério do Esporte, secretário-executivo Luis Fernandes, reconheceu em entrevista à BBC Brasil que adaptações e substituições já estão sendo analisadas.
O projeto geral da Copa ganhará revisão em abril, quando faltará pouco mais de dois anos para Mundial. As mudanças ocorrem em meio a uma crise com a Fifa e à renúncia de Ricardo Teixeira do comando da CBF e do Comitê Organizador Local (COL).
"Não há motivos para duvidar do sucesso da Copa do Mundo. Estamos absolutamente confiantes de que os jogos serão realizados. No entanto, estamos estudando possibilidades de substituição e adaptação de algumas obras que podem não ficar prontas a tempo", disse Fernandes.
O secretário-executivo adiantou que o governo irá analisar, em abril, todas as obras inicialmente previstas na Matriz de Responsabilidades. Os projetos serão analisados individualmente e serão feitas propostas para acelerar os trabalhos.
O anúncio da revisão chega duas semanas após o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, ter dito que o Brasil precisava de um "chute no traseiro" para acelerar as obras. "Não entendo por quê as coisas não estão andando", disse no início de março.
A declaração causou uma crise entre o governo e a entidade que regula o futebol mundial e levou seu presidente, Joseph Blatter, a marcar uma reunião extraordinária com a presidente Dilma Rousseff. Os dois se encontram na próxima sexta-feira para retomar as relações.
» Veja o progresso das obras nos estádios:
Mineirão (Belo Horizonte) - 50%
Mané Garrincha (Brasília) - 50%
Arena Pantanal (Cuiabá) - 45%
Arena da Baixada (Curitiba) - 56%
Castelão (Fortaleza) - 59,2%
Arena Amazônia (Manaus) - 35%
Arena das Dunas (Natal) - 20%
Beira-Rio (Porto Alegre) - 20%
Arena Pernambuco (Grande Recife) - 32%
Maracanã (Rio de Janeiro) - 39%
Arena Fonte Nova (Salvador) - 53%
Itaquerão (São Paulo) - 25%
Fonte: Ministério do Esporte
ESTÁDIOS E AEROPORTOS - Dos 12 estádios em construção ou em reforma, apenas cinco já têm mais de 50% do projeto concluído. Em três arenas, as obras estão abaixo dos 30%, entre elas a do Itaquerão, em São Paulo, que deve ser palco da cerimônia de abertura.
Segundo a Controladoria Geral da União (CGU), dos R$ 6,6 bilhões de investimentos previstos para os estádios, R$ 5,4 bilhões já foram contratados e R$ 1,4 bilhão foi executado.
Ricardo Teixeira | Foto: AP
Teixeira abandonou chefia da CBF em meio a denúncias de corrupção e crise com governo e Fifa
Quanto aos 13 aeroportos que devem passar por obras de ampliação e reformas, a Infraero (estatal que administra os aeroportos) destaca a conclusão das obras do novo terminal do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Os dados da CGU mostram, no entanto, que o avanço é lento.
De R$ 6,5 bilhões previstos pela Matriz de Responsabilidades como necessários para modernizar o setor, apenas R$ 1,4 bilhões já foram contratados e somente R$ 195 milhões já foram executados.
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