Tendência de divisão no PT foi confirmada nesta sexta-feira.
Presidente do partido no Estado acredita que palavra final será dos filiados.
Rands lança pré-candidatura no Recife
(Foto: Reprodução/ Tv Globo)
O Partido dos Trabalhadores (PT) deve ir às prévias, no Recife, para
confirmar o nome do seu candidato nas eleições municipais deste ano. Na
manhã desta sexta-feira (30), o deputado federal e atual secretário de
Governo de Pernambuco, Maurício Rands, lançou, oficialmente, sua
pré-candidatura. Logo em seguida, o prefeito da cidade, João da Costa,
reafirmou que não vai abrir mão da tentativa de reeleição.(Foto: Reprodução/ Tv Globo)
Mesmo que alguns vejam uma possibilidade de acordo entre os concorrentes, o presidente da sigla em Pernambuco, deputado federal Pedro Eugênio, acredita que a palavra final será dos militantes. A prévia eleitoral deve acontecer até o dia 20 de maio. "Não estou apoiando nenhum candidato, mas me coloco à diposição de todas as forças para que as prévias sejam utilizadas para fortalecer o partido", afirmou.
O lançamento da candidatura de Rands, pela corrente petista Construindo um Novo Brasil, aconteceu em um hotel em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Além de Eugênio, estiveram presentes o senador Humberto Costa, o presidente da Câmara do Recife, Jurandir Liberal, o vereador Josenildo Sinésio, líder do Governo na Câmara, e o ex-vereador Dilson Peixoto, entre outros.
"Fui lançado oficialmente como uma alternativa para construir um consenso progressista no PT. É mais uma alternativa que a população tem dentro dos quadros do PT. Acho que vamos fazer um debate de alto nível sobre o que queremos para a cidade, pois há conquistas que devem ser preservadas, programas que merecem continuar e acrescentar inovações para melhorar a vida da população”, disse Maurício Rands.
Após o anúncio, o senador Humberto Costa afirmou que já está em campanha em favor de Rands. “[Entro nessa campanha] Com a disposição de chegar na solução que seja melhor para o partido e, ao mesmo tempo, seja aquela que mais agregue, por isso eu apoio Maurício. E entendo que as prévias não são um problema. Elas podem contribuir para o fortalecimento do próprio PT”, falou.
João da Costa está disposto a encarar prévias
Foto: Luna Markman/G1 PE)
Nem inferno nem paraísoFoto: Luna Markman/G1 PE)
Logo após lançamento do nome de Rands, João da Costa convocou uma coletiva de imprensa para comentar o assunto, na sede do partido, no centro do Recife. Participaram do evento o secretário de Turismo da cidade, André Campos, a deputada estadual Teresa Leitão, o deputado federal Fernando Ferro, o presidente do Diretório Municipal do PT, Oscar Barreto, entre outros.
João da Costa fez questão de prestar contas sobre o seu governo e o legado dos 12 anos de mandato petista no município. “[As prévias] Não é nada do fim do mundo, mas também não é o paraíso. Se não é o inferno, não chega a ser o paraíso. Nós sabemos que vamos ter prejuízos. Por isso, a gente precisa ter cuidado para não desgastar o partido. Eu não posso obrigar ninguém a concordar comigo. Existe pouca unanimidade em qualquer lugar. Mas nós encaramos isso [a candidatura de Rands] com naturalidade, mas também com preocupação. As experiências que o PT têm em fazer prévias no Brasil inteiro trouxeram prejuízos grandes. Vamos encarar isso de forma democrática e esperar que o resultado final possa unir o nosso partido”, ponderou.
A última vez que o PT realizou prévias nas eleições municipais do Recife foi em 1996, quando Humberto Costa, Paulo Rubem e João Paulo entraram na disputa, ficando em primeiro, segundo e terceiro lugar, respectivamente, na eleição interna. Os dois primeiros abriram mão de concorrer no pleito por divergências em torno das alianças propostas pelo partido e João Paulo acabou na corrida eleitoral, vencida por Roberto Magalhães (à época PFL).
Corrida contra o tempo
Para o presidente do PT em Pernambuco, Pedro Eugênio, as prévias mostram que o partido não chegou a um consenso. "Mas mostram também que temos um instrumento democrático para resolver essas divergências que permanecem. Esse mecanismo vai ouvir os militantes, são 33 mil filiados no Recife, e a palavra final será deles", disse.
O presidente do Diretório Municipal do PT, Oscar Barreto, acredita que há tempo hábil para tentar firmar uma unidade dentro do partido, para que não ocorram as prévias. "Caso seja inevitável, o Diretório vai pedir urnas eletrônicas ao Tribunal Regional Eleitoral para computar os votos dos filiados no Recife", adiantou.
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