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fonte G1.Com
Em meio aos ataques do presidente Bolsonaro ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a ala militar do Palácio do Planalto - que cuida da articulação política - procurou nesta segunda-feira (20) o deputado federal para acalmar os ânimos. A ala militar teme uma ruptura institucional em meio à pandemia do coronavírus e trabalha para recompor pontes com o chefe da Câmara, responsável pela pauta da Casa.
O ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, tenta um encontro com Maia para esta semana. Procurado, o presidente da Câmara sugeriu a Ramos que o ministro da Casa Civil, Braga Netto, esteja presente na conversa. O Planalto quer a conversa ainda nesta semana com o presidente da Câmara.
Maia disse a Ramos que “seria bom” Braga Neto estar junto. O deputado gosta do ministro da Casa Civil e tem relação com Braga Neto desde que o general foi nomeado interventor federal da segurança no Rio, durante o governo Temer.
O encontro, se confirmado, ocorrerá no pior momento da relação de Maia e Bolsonaro.
O presidente acusa o deputado de conspirar para prejudicar o seu governo, e o presidente da Câmara tem repetido que o presidente estimula as redes sociais contra o Congresso. Maia desistiu de pontes com o presidente e também está distante do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Interlocução paralela
Articuladores políticos do governo tentaram uma interlocução paralela para enfraquecer Maia nos últimos dias: chamaram deputados do centrão para negociar cargos em troca de apoio no Congresso, para formar uma base aliada.
De olho no espaço em cargos de segundo e terceiro escalão distribuídos pelo governo, líderes do centrão toparam. No entanto, também se irritaram com a fala do presidente no domingo, atacando o que chama de “velha política”, como são conhecidos os partidos que o governo tem chamado para conversar nos últimos dias para negociar apoio em troca de cargos.
Além de formar a base, há outro pano de fundo na tentativa do governo de cisão do centrão: a disputa pela presidência da Câmara em 2021. O governo, desta vez, quer fazer o presidente que sucederá Maia. Mas, para isso, precisa negociar e tem feito isso - mas só nos bastidores. Publicamente, o presidente mantém o discurso de que não negocia para agradar à sua base ideológica.
Maia e líderes do centrão e da oposição têm exposto isso nas conversas de bastidores em Brasília, e discutem uma estratégia conjunta de reação.
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