Há um ano, desastre ambiental atingia Japão e acidente nuclear destruía Fukushima
Vítimas continuam sem amparo e ainda há mais de 200 desaparecidos
Reflexão, solidariedade, consternação ou um ativo desejo de
mudança. Um misto de sentimentos, e também questionamentos, consegue
pairar a mente, no tocante ao que aconteceu no leste do Japão. Neste
domingo (11), exatamente um ano após a tragédia que deixou mais de 15
mil mortos e quase quatro mil vítimas desaparecidas, pessoas em todas as
partes do planeta voltam suas atenções para as interações do homem e
suas consequências, agravadas e evidenciadas em desastres naturais de
grande porte.Na tarde de 11 de março de 2011, um abalo sísmico, de 8,9 na escala Richter, foi o ponto de partida para uma devastação sem precedentes, trazendo consigo um rastro de destruição inestimável, não apenas para os japoneses, mas para todo o planeta. O ponto principal do assustador terremoto foi a cerca de 130 km da costa leste da península de Oshika, a uma profundidade de 25 km. O tremor de enormes proporções foi o potencial responsável por um amplo e gigantesco maremoto, popularmente conhecido pelo termo tsunami.
Além da enorme quantidade de vítimas, estradas e ferrovias foram completamente destruídas e a população sofreu uma escassez de água, comida e combustível, jamais vista. Foram ondas de mais de 10 metros de altura, que atingiram diversos outros países e percorreram mais de 10 km de terra. Agravando os incidentes, o terremoto desestruturou a Central Nuclear Fukushima I, localizada na província de mesmo nome, causando um grave acidente nuclear.
Doze meses se passaram e os fatores que contribuíram para o desastre atômico ainda são fortemente discutidos. Especialistas e estudiosos sobre o assunto levantaram inúmeras teses sobre o que poderia ter sido feito para evitar a tragédia. Os dispositivos de segurança da unidade, falhas dos órgãos governamentais, e a incapacidade de operação e prevenção dentro de um sistema tão perigoso, estão entre os principais pontos de discussão. Mas nada consegue ser mais forte do que o debate sobre os riscos da utilização de energia nuclear em qualquer lugar do mundo.
Ainda hoje, o cenário visto contempla centenas de milhares de pessoas impossibilitadas de refazer suas próprias vidas, encontrando-se sem apoio ou compensação financeira. Na prática, após um ano do ocorrido, os afetados continuam desamparados.
No Brasil, a construção do terceiro reator do complexo de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, e a provável implantação de mais usinas nucleares em outras partes do País trazem à tona a problemática e o medo.
Passado um ano do desastre, este domingo será marcado por uma ação global. Organizações ambientais e ativistas em mais de cem cidades do mundo participam, durante todo o dia, da intitulada Corrente Humana Contra a Energia Nuclear, convidando todas as pessoas a se unirem à luta. O assunto vem sendo um dos mais comentados em redes sociais, sites e blogs há vários dias.
No Recife, uma movimentação na tradicional Pracinha de Boa Viagem, no bairro de mesmo nome, marca o engajamento pernambucano na campanha. A partir das 8h da manhã, pessoas de todas as idades serão convidadas a participar do “Vai de Bicicleta”, que além de homenagear as vítimas, visa também promover a consciência ambiental.
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