Presidente fez analogia ao crescimento alto e rápido dos tigres asiáticos.
Ela exaltou investimentos do governador e aliado político Eduardo Campos.
A presidente Dilma Rousseff ao lado do governador
de Pernambuco, Eduardo Campos, e do prefeito do
Recife, João da Costa, em evento do PAC Habitação
no Recife (Foto: Luiza Mendonça / G1 PE)
A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (28), durante
solenidade no Recife, que o Brasil tem "uma onça nordestina", em
analogia ao crescimento econômico dos chamados tigres asiáticos - grupo
países que se destacou, desde a década de 80, pelo crescimento alto e
repentino de suas economias.
Ela exaltou parcerias e investimentos do governador do estado e aliado
político Eduardo Campos (PSB) com o governo federal e atribuiu a ele e
ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - muito aplaudido - os
esforços para o que classificou como forte crescimento da economia
local.
"No passado, o Brasil crescia só no Sul e no Sudeste. Essa era a
realidade do país. [...] O que houve de alteração fundamental desde 2003
foi esse poder de crescimento [no Nordeste] que não excluía as
pessoas", disse. "Nós temos aqui uma onça nordestina; não é bem um tigre
asiático, mas é uma onça nordestina."
Durante seu discurso, o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge
Hereda, também elogiou o crescimento de Pernambuco. “Você pode atuar de
forma mais eficaz, quando se constroem parcerias. E isso é o que a
presidente Dilma tem feito aqui em Pernambuco, junto com o governador
Eduardo Campos. [...] Eu sou da vizinha Paraíba e lá eu vou ver se eu
pego uma rebarbazinha do desenvolvimento aqui de Pernambuco”, brincou.
Investimentos
Aplaudida, a presidente participou de solenidade de entrega de chaves do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Habitação.
Em viagem ao Recife, inaugurou o Conjunto Habitacional da Via Mangue.
Os investimentos do governo federal na obras são da ordem de R$ 48
milhões.
Dilma também anunciou investimento de R$ 2 bilhões do Programa e
Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade Urbana na Região
Metropolitana do Recife. Entre as ações previstas, estão a construção de
estradas perimetrais, corredores viários e o projeto de navegabilidade
do Rio Capibaribe.
"O que nós vamos fazer aqui é melhorar a mobilidade para quem mora e
quem trabalha na Região Metropolitana. Essa é uma questão fundamental
para uma cidade. E nós vamos transformar o Rio Capibaribe numa estrada,
num caminho, numa via fluvial", disse. "O Recife é uma cidade que foi
construída em torno de dois rios. Tem que valorizar esses rios. Essa
decisão é do governo Eduardo Campos e nós vamos apoiar sem restrição.
Muitos brasileiros e estrangeiros virão aqui só para andar de barco no
Capibaribe. E vocês irão usar o rio como transporte."
As obras do PAC da Mobilidade Urbana que fazem parte de um projeto
construído em parceria com o governador Eduardo Campos. “O governo
federal vai destinar esses recursos para a gente concluir a Segunda
Perimetral, a Terceira, para fazer a Radial Sul, para o governo do
estado fazer a navegabilidade do Rio Capibaribe, para fazermos a Quarta
Perimetral, e os corredores Leste-Oeste e Norte-Sul", detalhou o
prefeito João da Costa.
Protesto
Durante a solenidade, um grupo de dezenas de pessoas protestava, com
faixas e cartazes, contra a situação de moradores de alguns blocos do
Conjunto Muribeca, localizado em Jaboatão dos Guararapes, no Grande
Recife. Os prédios, do modelo caixão, estão sob risco de desabamento, o
que obrigou as famílias a desocuparem os imóveis.
Os prédios sofrem com problemas como rachaduras desde 1986. De acordo
com os laudos feitos por peritos, todos apresentam risco alto ou muito
alto de desabar. Atualmente, 15 blocos de apartamentos estão
interditados e os proprietários recebem um auxílio-moradia de R$ 535.
Outros 54 prédios continuam ocupados. A Defesa Civil de Jaboatão dos
Guararapes já se organiza para desocupar mais 13 prédios que precisam
ter as estruturas reforçadas.
Cobrada por gritos dos manifestantes, a presidente Dilma se pronunciou.
"A Caixa tem a minha determinação de tratar essa questão [habitação]
como prioritária, num segundo momento eles discutem a responsabilidade, o
que vão fazer, o seguro, o que quiserem", disse.