O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, afirmou que a primeira pesquisa para mensurar o impacto do crack será concluída no próximo fim de semana, mas antecipou que os resultados são "alarmantes". Entre os problemas gerados pela droga estão o impacto na economia e o crescimento da violência motivada pelo crack tanto nas áreas urbanas como no campo.
A primeira sondagem da confederação, realizada no ano passado, tratou da presença nacional do crack: 98% dos municípios brasileiros já tinham detectado a droga em seus territórios. A novidade desse ano é o aprofundamento dos dados, que mostram o real impacto da droga nos municípios. O indicador de saúde é o que mais se aproxima da percepção do problema, segundo a confederação.
A CNM apontou "falta de estrutura para atendimento de usuários e a quase unânime falta de recursos financeiros para aplicar em políticas de prevenção de tratamento, reinserção social e combate ao tráfico.
A maioria dos municípios afetados por drogas em geral fica na região Sudeste, a mais populosa do Brasil. A CNM indicou que 1.264 cidades sofrem com o problema. No Nordeste, são 1.108. Sul (952), Centro-Oeste (354) e Sul (952) aparecem em seguida.
Críticas ao governo
"Nessas cidades, o crack já é majoritário, já traz mais problemas do que maconha e mais do que cocaína", disse Ziulkoski, que criticou o governo federal por não contar com um sistema integrado para buscar esses dados. "Estamos fazendo um esforço, em uma entidade com dois funcionários. Onde está a estrutura de poder para ajudar?", disse.O crack foi um dos temas da campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff. Apesar disso, o dirigente da CNM diz que o Ministério da Saúde até agora não empregou recursos no enfrentamento do problema. "Não há uma política da União. Não tem muita desculpa", disse. "Os governadores também têm culpa. Todos eles, somados, investiram R$ 23 milhões neste ano. Parece que o assunto é brincadeira.
"As autoridades precisam chamar quem executa, os prefeitos. Não ficar nas palavras", criticou. "Estamos à disposição do governo federal, mas os municípios estão fazendo mais do que podem. Se isso não mudar, o consumo só vai aumentar e o problema só vai se alastrar."
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