Em
reunião do PSB, na noite de sexta-feira, o presidente do partido,
governador Eduardo Campos, se esquivou de comentar a entrevista de Ciro
Gomes, conta Ilimar Franco, na sua coluna no GLOBO. ‘’Rindo, Campos disse que não tinha lido. Ciro já não é levado em conta no partido.’’
Em
entrevista ao jornal Valor Econômico Ciro Gomes(PSB), que não tem papas
na língua, foi direto e enfático ao dizer que não reconhece uma
suposta e natural pré-candidatura de Eduardo Campos (PSB) à Presidência
em 2014. Vale recordar alguns trechos da entrevista que ainda repercute
nos meios políticos em todo o país:
Valor: Mas no PSB parece já estar definido que é a vez do governador Eduardo Campos (PE).
Ciro: Por quem? Essa discussão nunca aconteceu.
Valor: Mas ele é colocado como candidato a presidente ou a vice.
Ciro:
Eu acho que ele pode ser candidato, deve ser candidato, tem todas as
condições de ser candidato, mas quero saber que candidatura é essa. Por
que é melhor do que a minha, honestamente. Qual é o conteúdo, o projeto.
Valor: Defende prévias caso não seja possível uma definição entre vocês dois?
Ciro:
Claro, prévias. Senão, se resolve tudo em gabinete, como aconteceu na
sucessão passada. Seis pessoas decidiram. Ele tem meu apoio sem nenhum
problema, desde que essas pré-condições sejam resolvidas. Tem uma coisa
simples. Até você conhecer 342 municípios de Minas Gerais tem um tempo.
Até o cara saber a repercussão do reflorestamento como alternativa ao
colapso da bovinocultura extensiva no Rio Grande do Sul demora. E também
demora saber qual é o impacto da BR-163, a Cuiabá-Santarém, no seu
entorno.
Valor: Eduardo Campos tem experiência restrita a Pernambuco?
Ciro:
Não. Ele tem todos os dotes. Estou dizendo é que para uma candidatura
ter sentido precisa ter estrada, projeto, argumento. Tínhamos um
candidato com 15% numa eleição com uma candidata desconhecida [Dilma
Rousseff, do PT] e outro desgastado [José Serra do PSDB]. Tínhamos
chance, no mínimo de jogar o jogo de um segundo turno valendo ouro. O
partido desistiu por quê? E agora, que fazemos parte de um governo, com
uma candidata que está ganhando popularidade e se constituindo uma boa
governante, vamos lançar candidato contra. Qual é a explicação? Em
qualquer circunstância, temos que manter a correção moral e a lealdade
com a Dilma.
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