O
ministro Carlos Lupi (Trabalho) deu um recuou estratégico, ontem, em
depoimento no Senado, para tentar se salvar, mas a emenda saiu pior do
que o soneto. Se há 10 dias, também em audiência na Câmara dos
Deputados, havia negado, veementemente, que não tinha viajado no jatinho
do empresário Adair Meira, dono de várias ONGs que celebraram convênios
ilegais com a sua pasta, como admitir o contrário?
Ele
usou o avião e conhecia Adair. Mentira tem pernas curtas, reza o ditado
popular. E é por ter faltado com a verdade que o ministro será
defenestrado do cargo. Nem os colegas do seu partido, o PDT, aprovaram a
sua fala no Senado. Dilma, na véspera, chegou a admitir que a
permanência de Lupi dependeria da sua performance diante dos senadores.
E
agora, José? Não tem outra saída que não seja o cartão vermelho. Lupi
tem uma forte queda pela fanfarronice, estilo que é ruim em situações
normais e fatal em momentos críticos.
A
avaliação dos interlocutores da presidente Dilma, após o depoimento de
ontem, é que, a despeito de sua disposição de ficar no Governo a
qualquer custo, Lupi está cavando a sua própria cova, tendo já perdido o
que parecia mais nobre nessa luta desigual – a sustentação no seu
partido, o PDT, que quer a sua cabeça.
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