Morte por outras doenças ou por violência também crescem com vício.
Na adolescência, a bebida aumenta o risco de câncer de mama.
Uma pesquisa italiana mostra que o alcoolismo aumenta o número de
mortes associadas a várias doenças diferentes, inclusive o câncer. O
estudo será publicado pela revista médica “Alcoholism: Clinical &
Experimental Research”.A equipe do Instituto para o Estudo e a Prevenção do Câncer, em Florença, usou dados de alcoólicos que se trataram no centro de álcool da cidade entre abril de 1985 e setembro de 2001. Ao todo, 2.272 pessoas estavam nesse banco de dados, sendo 1.467 homens e 805 mulheres, a maioria de meia idade.
“Nosso estudo trouxe fortes evidências de que o vício do álcool aumenta significativamente o risco de morte por várias causas, em comparação com a população geral de um país mediterrâneo”, informa Domenico Palli, autor da pesquisa.
“Os alcoólicos parecem ter um risco maior de morte por doenças específicas, como infecções, diabetes, doenças dos sistemas imunológico, nervoso, cardiovascular e digestivo, assim como por causas violentas”, enumera o pesquisador.
“O papel do álcool como um cancerígeno ‘dietário’ também ficou bem claro. Os maiores riscos foram encontrados nos cânceres de faringe, boca, fígado e laringe, mas o risco de outros cânceres – esôfago, reto, pâncreas e câncer de mama – também aumentou”, conclui.
As mulheres viveram mais tempo do que os homens analisados no estudo. Isso pode ser pelo fato de que elas se preocupam mais com a saúde e, na maior parte das vezes, começam o tratamento contra o alcoolismo antes dos homens.
Álcool e câncer de mama
A relação entre álcool e câncer, com foco nas mulheres, também foi abordada em outra pesquisa recente, publicada online pela revista “Cancer”.
Catherine Berkey, da Faculdade de Medicina Harvard, em Boston, nos EUA, estudou o comportamento de meninas com histórico de câncer de mama na família em busca de fatores de risco, além da hereditariedade.
Comparando apenas as adolescentes cujas mães, avós ou tias tiveram o tumor, a pesquisadora concluiu que, quanto mais álcool a jovem consome, maior é o risco que ela tem de apresentar o tumor, seja ele benigno ou maligno. Estudos anteriores mostram também que, nos adultos, a bebida está entre os fatores de risco para o surgimento desse tipo de câncer.
“Nosso estudo sugere que as meninas adolescentes que já têm maior risco de câncer de mama pelo histórico familiar devem ter consciência de que evitar o álcool pode reduzir o risco de tumores benignos na juventude, o que deve significar um risco reduzido de câncer de mama durante a vida”, explica a autora da pesquisa.
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