O sacerdote regularizou sua situação nesta segunda-feira (9) junto à PF.
Ele foi expulso do país acusado de se recusar a celebrar uma missa.
Nesta segunda-feira (9), o padre italiano Vito Miracapillo, 64 anos, conseguiu regularizar seu visto de permanência no Brasil. Ele havia sido expulso durante a ditadura militar, em 1980, por problemas políticos. O sacerdote se dirigiu ao escritório da Polícia Federal (PF) no Aeroporto Internacional dos Guararapes, no bairro Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, para pedir a revalidação do antigo visto de permanência no país.
O padre compareceu à PF acompanhado pelo bispo da diocese de Palmares, cidade da Mata Sul de Pernambuco, Dom Genival Saraiva. Desde 1993, Miracapillo só podia entrar no país como turista concedida - permissão concedida pelo então presidente Itamar Franco. Após várias tentativas, em novembro, ele recebeu autorização da presidente Dilma Rousseff para voltar a morar no Brasil. Depois de recolher as impressões digitais na Polícia Federal, o sacerdote italiano ganhou o documento que a permanência sua permanência no país.
O padre disse não ter mágoa de ninguém. "Naquele tempo, eu não apoiava o regime mas quem sofria eram os brasileiros. Eu trabalhava a favor dos pobres. É a emoção também do Estado reconhecer o ato da Ditadura e emoção para mim e para as pessoas que estão comigo nesse dia", afirmou Miracapillo.
A volta do padre ao Brasil ainda depende da autorização do bispo da Diocese dele na Itália. Porém, ele acha que não terá problemas neste sentido. Além disso, para retornar à paroquia de Ribeirão, ele depende das autoridades religiosas, mas em novembro Dom Genival Saraiva, presidente da Conferência Nacional de Bispos (CNBB) Regional Nordeste 2, declarou a possibilidade.
O padre chegou ao país na noite da última terça-feira (3), e foi recebido pelo governador Eduardo Campos no Palácio do Governo e no último sábado (7), o sacerdote celebrou uma missa no município de Ribeirão, numa igreja que ajudou a construir num bairro pobre da cidade. O bispo de Palmares disse que a diocese está pronta para receber Vito Miracapillo de volta. "A arquidiocese está com o coração aberto para recebê-lo", comemorou Dom Genival Saraiva.
Exílio
O padre que chegou ao país na noite da última terça-feira (3), foi expulso do país acusado de ter se recusado a celebrar uma missa em homenagem ao Dia da Independência em Ribeirão, município da Zona da Mata Sul de Pernambuco onde era pároco. Na época do regime, o Brasil era governado por João Figueiredo. O pedido de expulsão foi feito pelo então deputado estadual Severino Cavalcanti, atual prefeito da cidade de João Alfredo, na região Agreste do estado.
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