Na escala de risco de infecção, Recife tem 3,1% e ideal é abaixo de 1%.
Sete outros municípios pernambucanos correm o mesmo risco.
O Recife ocupa o segundo lugar, atrás apenas de Salvador, no ranking das capitais em situação de risco para ocorrência de um surto de dengue. O alerta foi feito nesta segunda-feira (5) pelo Ministério da Saúde. O levantamento do índice de infestação por Aedes aegypti deste ano aponta que o Recife está com 3,1% na escala de risco de infestação - as cidades abaixo de 1% possuem índice satisfatório de controle de infestação.
O novo mapa da doença alerta também para um alto risco, com possibilidade de surto, em mais sete municípios pernambucanos: Afogados da Ingazeira, Araripina, Arcoverde, Camaragibe, Floresta, Garanhuns e Santa Cruz do Capibaribe. Este ano, em Pernambuco, foram notificados 34.907 casos, enquanto no ano passado, mais de 57 mil pessoas tiveram a doença. No Recife, a redução de casos foi de 58% este ano.
“O percentual [3,1%] é elevado, mas não é de altíssimo risco. Significa que em cada 100 imóveis, três têm foco. Essa é uma média, alguns pontos da cidade têm índice maior e em outros, menor. A gente sabe onde está dando mais elevado e trabalha para que isso diminua”, analisa o diretor de Vigilância Ambiental do Recife, Otoniel Barros. De acordo com ele, esse índice é calculado por meio do Levantamento de Índice Rápido de Infestação (LIRA), que é feito seis vezes por ano. “Há variações dependendo da época. No Recife, o período crítico vai de maio ao final de agosto”, explica.
Barros afirma que o Recife tem um problema cultural que atrapalha o combate à dengue: o histórico de intermitência de água. “É uma cultura de 27 anos juntando água. Hoje o governo do estado está colocando água nas torneiras continuamente, mas as pessoas tem o hábito de guardar de uma forma que não é a correta e não é do dia para a noite que o hábito vai mudar”, pondera. De acordo com ele, o Ministério da Saúde já identificou que 80% dos reservatórios de água do Recife são do tipo chamado A2 – ou seja: de menor porte e improvisados. São jarras, baldes e tonéis posicionados no mesmo nível do solo.
Como, no Recife, 85% dos focos de dengue são dentro das residências, “se a população não ajudar não vai resolver o problema nunca”, diz ele. Otoniel Barros explica que o ovo do mosquito fica na natureza por 425 dias. “Se bater água, em 12 dias passa de ovo a mosquito. Se a ‘mãe’ do mosquito tiver infectada ele já nasce contaminado e transmitindo”, alerta.
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