Bento XVI preside Vésperas com universitários na
Basílica de São Pedro. ''É justamente na paciência, na fé que Deus mesmo
revela Sua face''
A exortação do Apóstolo à paciência constante é o caminho para acolher em profundidade a questão de Deus. "É justamente na paciência, na fé e na constante busca de Deus, na abertura a Ele, que Ele mesmo revela Sua face. Não precisamos de um deus genérico, indefinido, mas do Deus vivo e verdadeiro, que abre o horizonte do futuro do homem a uma perspectiva firme e uma esperança segura", destacou.
Para os estudantes de nível superior, que vivem no coração do ambiente sócio-cultural da atualidade, isso parece um convite anacrônico, fora do tempo.
"Mas é mesmo assim? [...] Ainda mais radicalmente podemos nos perguntar: o que significa para mim o Natal; é realmente importante para a minha existência, para a construção da sociedade?", questiona o Pontífice. Nessa perspectiva, são muitas as pessoas que lançam questionamentos sobre se se deve esperar algo ou alguém, ou, até mesmo, se vale a pena confiar no Menino que está na manjedoura.
O convite de São Tiago à paciência recorda que a certeza da grande esperança do mundo foi dada aos homens e que eles não estão sós. "Tampouco somos nós sozinhos que construímos a história. [...] Deus se fez carne para que o homem compreenda onde mora o sólido fundamento de tudo, o cumprimento de suas aspirações mais profundas: em Cristo".
A paciência é a virtude dos que dependem da presença de Deus na história, que não se deixam vencer pela tentação de colocar todas as esperanças num futuro simplesmente imediato. Através da Encarnação, Deus mesmo experimenta o tempo do homem e é paciente por primeiro, constante e fiel ao Seu amor pela humanidade. "Ele é verdadeiro 'agricultor' da história , que sabe esperar", indica o Pontífice.
Em todas as vezes que os homens tentaram construir o mundo sozinhos, sem o controle de Deus, o resultado foi marcado pela tragédia das ideologias que, por fim, se revelaram contra o homem e sua profunda dignidade.
"Na gruta de Belém, a solidão do homem é vencida, a nossa existência não é mais abandonada às forças impessoais dos processos naturais e históricos, a nossa casa pode ser construída sobre a rocha: nós podemos projetar a nossa história, a história da humanidade, não na utopia, mas na certeza de que o Deus de Jesus Cristo está presente e nos acompanha", exorta o Bispo de Roma.
Fé e cultura
O Papa recordou aoa universitários que o Senhor pede a cada um deles a colaboração para construir a cidade do homem, unindo de modo sério e apaixonado a fé e a cultura.
"Convido-vos a buscar sempre, com constante paciência, o verdadeiro Rosto de Deus. [...] Buscar o Rosto de Deus é a inspiração profunda do nosso coração e é também a resposta à questão fundamental que emerge sempre de novo também na sociedade contemporânea", disse.
O Sucessor de Pedro convidou os universitários a se apressarem no caminho em direção a Belém, levando consigo as expectativas e esperanças dos irmãos, para que todos possam encontrar o Verbo da vida e confiar-se a Ele.
"Levai a todos o anúncio de que o verdadeiro rosto de Deus está no Menino de Belém, tão próximo a cada um de nós que ninguém pode se sentir excluído, ninguém deve duvidar da possibilidade do encontro, porque Ele é o Deus paciente e fiel, que sabe esperar e respeitar a nossa liberdade. A Ele, esta noite, queremos confessar com confiança o desejo mais profundo do nosso coração: 'Eu busco o Teu Rosto, Senhor; vinde, não tardais!'.
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