Operadora italiana de rodovias espera que os investigadores oficiais determinem a responsabilidade pelo colapso do viaduto; neste sábado mais cinco vítimas foram resgatadas sem vida
Por G1
A operadora italiana de rodovias Autostrade per l'Italia, que administrava a ponte que desabou na cidade de Gênova, na Itália, nesta semana, destinou 500 milhões de euros (US$ 572 milhões) em investimentos à cidade portuária para ajudar na recuperação do desastre.
O número de vítimas mortais após o desabamento do viaduto subiu para 43 neste sábado, depois da morte de um dos feridos internados em estado grave, informaram fontes hospitalares.
Na terça-feira (14), um trecho de 200 metros da ponte de Morandi cedeu na hora do almoço, período de intenso tráfego, matando pelo menos 43 pessoas e cortando a principal ligação terrestre da cidade com o sul da França.
Giovanni Castellucci, presidente-executivo da Autostrade, que realizou a primeira coletiva de imprensa da empresa desde o desastre, expressou condolências pelas vítimas neste sábado.
Quando lhe pediram desculpas sem reservas pelo colapso, ele disse: "Desculpas e responsabilidades são coisas que estão conectadas. Você se desculpa se acha que é responsável", afirmou.
Castellucci acrescentou que espera que os investigadores oficiais determinem a responsabilidade pelo colapso.
A 43ª vítima é Marian Rosca, um motorista romeno de cerca de 30 anos e que estava entre os nove feridos, três deles internados em estado grave.
Além disso, os bombeiros também encontraram neste sábado entre os blocos de cimento o que acreditam ser o último desaparecido, um italiano morador de Gênova.
Neste sábado, foi encontrado ainda um veículo esmagado sob um bloco de concreto com outras três pessoas: um casal e a filha de 9 anos.
Embora ainda não exista confirmação oficial por parte da Delegação de Governo de Gênova, os dados de Proteção Civil indicam que não há mais pessoas entre os escombros.
Enquanto isso, um alemão que tinha sido dado como desaparecido entrou em contato hoje com as autoridades italianas.
Funeral reúne 19 vítimas
Neste sábado foi realizado o funeral com 19 vítimas, com a presença do cardeal e arcebispo de Gênova, Ángelo Bagnasco, do presidente da República, Sergio Mattarella, e do primeiro-ministro, Giuseppe Conte.
As famílias de outras 19 vítimas oficialmente anunciadas não quiseram participar do ato público, em protesto à tragédia, e optaram por cerimônias privadas.
Luto oficial
O governo decretou luto nacional para este sábado, e as bandeiras dos prédios públicos foram colocadas a meio mastro e os monumentos nacionais - como o Coliseu, a Fontana de Trevi e a Praça do Capitólio de Roma - ficarão com suas luzes apagadas.
A liga italiana de futebol, que celebra neste fim de semana sua primeira rodada do campeonato 2018/19, suspendeu as partidas que seriam disputadas pelas duas equipes de Gênova, a Sampdoria e a Genoa. Em todos os estádios, será respeito um minuto de silêncio e os jogadores usarão uma braçadeira preta em sinal de luto.
Deterioração de ponte
Os veículos de imprensa italianos publicaram na sexta-feira um relatório elaborado por professores do Instituto Universitário Politécnico de Milão contratados pela concessionária italiana Autostrade per l'Italia e que aponta para uma deterioração do viaduto.
O documento foi entregue à empresa italiana em novembro de 2017. Nele, os profissionais advertiam sobre a deterioração de alguns materiais, como a oxidação de cabos, e recomendava uma avaliação por parte da companhia para abordar estes problemas.
Por sua vez, em outubro de 2017, o diretor da Autostrade em Gênova, Stefano Marigliani, tinha assegurado às autoridades da Câmara Municipal da cidade italiana e às da região de Ligúria, à qual pertence Gênova, que nesse momento o viaduto não apresentava "nenhum problema estrutural".
Causas do acidente
Para o juiz Francesco Cozzi, o desabamento da ponte em Gênova não foi uma fatalidade. As investigações já começaram e devem durar meses até que peritos estabeleçam as causas do desastre, de acordo com a Rádio França Internacional (RFI).
Uma das principais hipóteses é a vulnerabilidade da infraestrutura e do material usado para a construção, o concreto armado. O material se degrada ao longo do tempo, além de precisar de uma frequente e custosa manutenção. A ponte foi construída na década de 1960, projetada pelo engenheiro Riccardo Morandi, durante uma das épocas de maior crescimento econômico da Itália.
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