Instrumentos custaram R$ 1,4 milhão, investidos pela Prefeitura do Recife. Desafio agora é concurso público para docente
Entre os novos instrumentos estão três pianos
Foto: Leo Motta / JC Imagem
Margarida Azevedo
Alunos e professores da Escola Municipal de Arte João Pernambuco, que fica na Várzea, Zona Oeste do Recife, comemoram a chegada de 156 instrumentos e equipamentos musicais. Pianos, saxofones, violinos, flautas, violas, trompetes e teclados, entre outros, compõem o novo acervo adquirido pela prefeitura, num investimento de R$ 1,4 milhão. A cobrança continua por realização de concurso público para docentes, já que 80% do quadro é de estagiários, além de melhorias na estrutura física.
“Ficamos muito felizes. Desde 2006 solicitamos a compra desse material. Chegava aos poucos. É a primeira vez que a escola recebe um volume expressivo de instrumentos de uma só vez. São equipamentos de primeira qualidade, a maioria importados. Vieram da Alemanha e dos Estados Unidos”, destaca o diretor, Abraão Marreira.
A escola tem 1.750 alunos. É a única da rede municipal, na capital, com aulas exclusivas de artes (teatro, música, dança e artes visuais). Recebe crianças, adultos e idosos recifenses e de cidades vizinhas. Celebrou 27 anos de fundação, ontem, com uma festa.
Segundo Abraão, os novos instrumentos vão possibilitar a volta de grupos musicais. “A escola tinha orquestra e bandas de jazz. Acabaram por falta de instrumentos. Agora conseguiremos retomar”, diz. Entre as preciosidades que chegaram está um saxofone barítono que custou R$ 15 mil.
Há 13 professores e cinco pessoas na gestão da unidade. Também 24 estagiários. “Nosso desafio é compor o quadro docente com professores concursados pois 80% das aulas são ministradas por estagiários”, observa Abraão.
Um deles é Daniel Ferraz, 38 anos. Ele foi aluno da primeira turma da João Pernambuco. Aprendeu trompete, instrumento que é sua fonte de renda. Tocou em bandas de baile e acompanhou artistas. Atualmente, está perto de concluir a licenciatura em música na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “É uma satisfação voltar como estagiário para a escola onde comecei. Ainda mais com a oportunidade de ensinar com instrumentos novos”, diz.
NOVO MODELO
Em maio a escola teve o muro reconstruído e o telhado do teatro, refeito. Uma das reivindicações é equipar o teatro com iluminação e mobiliário. Algumas das 16 cabines de estudo individual de música precisam de intervenção no revestimento acústico. Estudantes também se queixam das carteiras (desconfortáveis).
“Foi formada uma comissão para rediscutir o modelo da Escola João Pernambuco. A contratação de novos professores, por meio de concurso, pode não ser o único caminho. Estamos abertos a outras possibilidades, como parcerias com instituições e fundações que permitam, por exemplo, a captação de recursos ou a cessão de professor”, destaca o secretário de Educação do Recife, Alexandre Rebelo.
Ele espera ter a definição desse novo modelo até setembro. Paralelamente, a secretaria está levantando a necessidade de vagas para docentes em toda a rede municipal de ensino para, até o final do ano, abrir concurso.
Rebelo informa que a próxima intervenção na escola de artes será a recuperação das cabines de música. “As obras serão feitas paulatinamente”, assegura o secretário. Mobiliário novo deve chegar ainda este semestre.
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