Foi presa em São Paulo uma pernambucana apontada como integrante de
um esquema de tráfico internacional de crianças e que tentou agir no
Norte de Minas, onde foram iniciadas as investigações que resultaram na
sua prisão. Maria José Rodrigues, de 53 anos, foi detida em flagrante,
na tarde de segunda-feira, na região do Grajaú (Zona Sul da Capital
Paulista) no momento que recebia uma criança recém-nascida das mãos da
mãe, uma adolescente de 17 anos. A quadrilha que ela faz parte pode ter
comprado uma criança em Montes Claros por R$ 500.
Ela foi
presa por agentes da Delegacia de Investigações sobre Facções
Criminosas e Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de
Investigações Criminais (Deic). As investigações indicam que Maria José
faz parte de uma quadrilha envolvida com o tráfico de crianças para a
Itália. Existe a suspeita de que a mulher pode ter comprado uma menina
em Montes Claros (Norte de Minas) por R$ 500,00, o que ainda está sendo
investigado.
A Policia Paulista chegou até Maria José após receber informações
da Polícia Civil de Montes Claros, que já investigava a atuação da
mulher desde março. As investigações no Norte de Minas foram comandadas
pela delegada Karine Maia Costa, que, inicialmente, atualmente, lotada
em Montes Claros que, inicialmente, trabalhava em São Francisco (na
mesma região). Karine Maia relata que há dois meses, quando estava a
frente da delegacia de São Francisco, teve notícia da chegada de Maria
José naquela cidade (de 51 mil habitantes) e do interesse da mulher em
“adquirir crianças”.
Conforme a delegada, investigadores da
policia de São Francisco se passaram por pessoas interessadas em
“vender” crianças, entrando em contato com Maria José, que é natural de
Pesqueira (PE) e morou na Itália durante um período. Através de
escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, os policiais passaram a
monitorar as investidas da mulher. “Além de fazer contato com os pais,
oferecendo dinheiro para as crianças, ela também declarou que queria a
documentação das crianças e que estava interessada em pagar pelos
documentos”, afirmou a delegada Karine Maia Costa.
Conforme a
delegada, a suspeita do tráfico internacional de crianças foi até São
Francisco por acreditava que seria mais fácil agir em cidades pequenas,
onde manteria contato com pessoas mais humildes. “Em um trechos das
gravações telefônicas, ela diz: “a gente tem que ir para essas coisas
(sic) de interior, esses lugarejos”, relata a delegada. Ainda segundo
ela, em São Francisco, Maria José estava disposta a pagar R$ 100,00 por
criança e também chegou a oferecer uma máquina digital em troca de um
recém-nascido. “Ela tentou, mas não conseguiu comprar nenhuma criança em
São Francisco”, informa a policial.
Por outro lado, Karine
Maia Costa disse que durante as investigações, foi levantado o indício
de que a quadrilha pode ter comprado uma criança em Montes Claros por
R$ 500,00. Pois, em uma ligação telefônica, uma pessoa do outro lado da
linha diz uma frase: “Eu vi a mulher do menininho loirinho que estava
em Montes Claros. Aí, ela vendeu uma menininha por R$ 500,00 mesmo”. O
caso ainda está sendo apurado. A delegada de Montes Claros conta que
repassou todas as informações para o delegado Márcio Martins Mathias, do
Deic, de São Paulo. Assim, as policias mineira e paulista passaram a
trabalhar nas investigações de forma integrada.
A ação conjunta
resultou na prisão de Maria José, anteontem, quando recebia um
recém-nascido no Grajaú. "A criança seria enviada para a Itália. A
mulher presa é brasileira de Pesqueira ), mas tem documentos italianos.
As denúncias apontavam que uma mulher convencia gestantes em
comunidades pobres a entregar o filho com a promessa de dar uma vida
melhor para a criança", disse o delegado Márcio Martins Mathias.
Os
investigadores acompanharam encontros entre Maria e a adolescente,
inclusive durante as visitas da mãe à criança no hospital, pois a menina
ficou internada durante 15 dias em razão de problemas no pós-parto. A
adolescente admitiu à polícia que pretendia mesmo dar a filha à mulher.
A jovem revelou o nome de outras pessoas responsáveis por aproximá-la
de Maria José, que disse aos policiais ter uma residência na Itália e
outra no Jardim Imperador, na Zona Leste da capital paulista. O
dinheiro para se manter em São Paulo era enviado pelo marido, italiano.
A
mulher foi autuada em flagrante por subtração de criança. Já a
adolescente foi encaminhada à Fundação Casa, antiga Febem, e a
recém-nascida ficará aos cuidados do Conselho Tutelar. As investigações
apontam que Maria José atua no esquema junto com pelo menos mais duas
pessoas, que ainda não foram localizadas.
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Publicado por Canção Nova Play em Segunda, 22 de janeiro de 2018
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