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domingo, 27 de maio de 2012

Este é o júbilo da Vigília Pascal: nós somos livres!


Queridos irmãos e irmãs! 

Desde os tempos mais antigos a liturgia do dia de Páscoa começa com as palavras: Resurrexi et adhuc tecum sum - ressuscitei e estou sempre contigo; pusestes sobre mim a tua mão. A liturgia vê nisto a primeira palavra do Filho dirigida ao Pai depois da ressurreição, depois da volta da noite da morte no mundo dos vivos. A mão do Pai sustentou-O também nesta noite, e assim Ele pode levantar-se, ressuscitar. 

A palavra encontra-se no Salmo 138 e ali tem inicialmente um significado distinto. Este Salmo é um canto de admiração pela onipotência e onipresença de Deus, um canto de confiança naquele Deus que jamais nos deixa soltar das suas mãos. E suas mãos são boas mãos. O orador imagina uma viagem através de todas as dimensões do universo - que lhe acontecerá? «Se subir aos céus, lá Vos encontro, se descer aos infernos, igualmente. Mesmo que me aposse das asas da aurora, e for morar nos confins do mar, mesmo aí, a Vossa mão me conduz, e a vossa destra me segura. Se eu disser: “ao menos as trevas me cobrirão...”, nem sequer as trevas serão bastante escuras para Vós [...] tanto faz a luz como as trevas» (Sal 139[138], 8-12). 

No dia de Páscoa a Igreja nos diz: Jesus Cristo cumpriu para nós esta viagem através das dimensões do universo. Na Carta aos Efésios lemos que Ele desceu nas regiões mais profundas da terra e que Aquele que desceu é o mesmo que também subiu acima de todos os céus para encher o universo (cf. 4,9-10). Deste modo a visão do Salmo tornou-se realidade. Na escuridão impenetrável da morte Ele entrou como luz - a noite fez-se luminosa como o dia, e a trevas tornaram-se luz. Por isso a Igreja justamente pode considerar a palavra de agradecimento e de confiança como palavra do Ressuscitado dirigida ao Pai: “Sim, viajei até as mais extremas profundezas da terra, no abismo da morte e trouxe a luz; e agora estou ressuscitado e permaneço para sempre seguro das tuas mãos”. Mas esta palavra do Ressuscitado ao Pai veio a ser também uma palavra que o Senhor dirige a nós: “Ressuscitei e estou contigo para sempre”, diz a cada um de nós. Minha mão de sustenta. Donde quer que possas cair, cairás em minhas mãos. Estou presente até mesmo às portas da morte. Aonde ninguém pode mais acompanhar-te e onde nada podes levar, ali eu te espero e transformo para ti as trevas em luz. 

Esta palavra do Salmo, lida como colóquio do Ressuscitado conosco, é ao mesmo tempo uma explicação daquilo que acontece no Batismo. De fato, o Batismo é mais do que uma lavagem, ou uma purificação. É mais do que a inserção numa comunidade. É um novo nascimento. Um reinício da vida. A passagem da Carta aos Romanos, que acabamos de ouvir, diz com palavras misteriosas que no Batismo fomos “enxertados” de forma semelhante com a morte de Cristo. No Batismo nos doamos a Cristo - Ele nos assume em si, para que depois não vivamos mais para nós mesmos, mas graças a Ele, com Ele e n’Ele; para que vivamos com Ele e, assim, para os outros. No Batismo abandonamos a nós mesmos, depomos a nossa vida em suas mãos, para poder dizer com S. Paulo: “Não sou quem vivo, é Cristo que vive em mim”. Se nos damos deste modo, aceitando uma espécie de morte do nosso eu, então isto significa também que o confim entre morte e vida faz-se permeável. Tanto desde lado como além da morte estamos com Cristo e, por isso, daquele momento em diante, a morte não é mais um verdadeiro confim. Paulo no-lo diz de forma clara na sua Carta aos Filipenses: “Para mim o viver é Cristo. Mas se permaneço nesta vida, ainda posso trazer fruto. Assim, vejo-me apertado entre estas duas coisas: ser libertado - ou seja, justiçado - e ser com Cristo, seria bem melhor; mas permanecer nesta vida é mais necessário para vós” (cf. 1,21ss). Deste ou do outro lado do confim da morte ele está com Cristo - não existe mais uma verdadeira diferença. Sim, é certo: “Por detrás e na frente tu me envolves. Estou sempre nas tuas mãos”. Aos Romanos Paulo escreveu: “Nenhum de nós vive para si mesmo, e nenhum de nós morre para si mesmo [...] Quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor” (Rom 14,7ss). 

Queridos batizados, esta é a novidade do Batismo: nossa vida pertence a Cristo, não mais a nós mesmos. Mas precisamente por isso não estamos mais sós nem mesmo na morte, mas estamos com Ele que vive sempre. No Batismo, junto com Cristo, já fizemos a viagem cósmica até as profundezas da morte. Acompanhados por Ele, mais, acolhidos por Ele no seu amor, nos libertamos do medo. Ele nos envolve e nos leva, aonde quer que formos - Ele que é a mesma Vida. 

Volvamos ainda à noite do Sábado Santo. No Credo professamos a respeito do caminho de Cristo: “Desceu à mansão dos mortos”. Quê acontece então? Visto que não conhecemos o mundo da morte, podemos representar este processo de superação da morte somente com imagens que permanecem sempre pouco apropriadas. Porém, com toda a sua insuficiência, elas nos ajudam a entender algo do mistério. A liturgia aplica à descida de Jesus na noite da morte a palavra do Sal 24 [23]: “Levantai, ó pórticos, os vossos dintéis, levantai-vos, ó pórticos eternos!” A porta da morte está fechada, ninguém dali pode voltar para trás. Não existe uma chave para esta porta férrea. Cristo, porém, possui a chave. A sua Cruz abre de par em par as portas da morte, as portas irrevogáveis. Elas agora não são mais infranqueáveis. A sua Cruz, a profundidade do seu amor é a chave que abre esta porta. O amor d’Aquele que, sendo Deus, fez-se homem para poder morrer - este amor tem a força para abrir esta porta. Os ícones pascoais da Igreja oriental mostram como Cristo entra no mundo dos mortos. A sua veste é luz, porque Deus é luz. “A noite é clara como o dia, as trevas são como a luz” (cf. Sal 139 [138],12). Jesus que entra no mundo dos mortos leva os estigmas: as suas feridas, os seus padecimentos tornaram-se potência, são amor que vence a morte. Ele encontra Adão e todos os homens que esperam na noite da morte. À sua vista parece até ouvir a oração de Jonas: “Clamei a vós do meio da morada dos mortos, e ouvistes a minha voz” (Jn 2,3). O Filho de Deus na encarnação fez-se uma só coisa com o ser humano - com Adão. Mas só naquele momento, em que cumpre o extremo ato de amor descendo na noite da morte, Ele termina cumprindo o caminho da encarnação. Mediante a sua morte Ele pega Adão pela mão, todos os homens que aguardam e os leva à luz. 

Contudo, agora, pode-se perguntar: Mas o que significa esta imagem? Que novidade realmente aconteceu ali através de Cristo? Sendo a alma do homem por si própria imortal desde a criação, qual foi a novidade trazida por Cristo? Sim, a alma é imortal, porque o homem de forma singular está na memória e no amor de Deus, mesmo depois da sua caída. Mas a sua força não basta para elevar-se até Deus. Não temos asas que poderiam levar-nos até aquela altura. Porém, nada pode contentar o homem eternamente, se não o estar com Deus. Uma eternidade sem esta união com Deus seria uma condenação. O homem não consegue alcançar a cima, mas anela o alto: “Clamei a vós...” Só o Cristo ressuscitado pode elevar-nos para cima até a união com Deus, ali onde nossas forças não podem chegar. Ele carrega realmente a ovelha perdida sobre os seus ombros e a leva para casa. Vivemos agarrados ao seu Corpo, e em comunhão com o seu Corpo alcançamos o coração de Deus. E só assim a morte é vencida, somos livres e nossa vida é esperança. 

Este é o júbilo da Vigília Pascoal: nós somos livres. Mediante a ressurreição de Jesus o amor revelou-se mais forte do que a morte, mais forte do que o mal. O amor O fez descer e é, ao mesmo tempo, a força pela qual Ele sobe. A força através da qual leva-nos consigo. Unidos ao seu amor, levados sobre as asas do amor, como pessoas que amam descemos juntos com Ele nas trevas do mundo, sabendo que precisamente assim também subimos com Ele. Rezemos, portanto, nesta noite: Senhor, mostra hoje também que o amor é mais forte do que o ódio. Que é mais forte do que a morte. Desce também nas noites e na mansão dos mortos deste nosso tempo moderno e segura pela mão aqueles que esperam. Leva-os para a luz! Fica também comigo nas minhas noites escuras e conduz-me para fora! Ajuda-me, ajuda-nos a descer contigo na escuridão daqueles que estão à espera, que das profundezas gritam por ti! Ajuda-nos a levar-lhes a tua luz! Ajuda-nos a chegar ao “sim” do amor, que nos faz descer e por isso mesmo subir junto contigo! Amém. 
(Fonte: Rádio Vaticano)

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Publicado por Canção Nova Play em Segunda, 22 de janeiro de 2018

Oração de Frei Damião de Bozano

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Dados da Cidade Geografia Localiza-se a uma latitude 07º44’28” sul e a uma longitude 35º43’16” oeste. Sua população estimada em 2009 era de 14.798 habitantes. O município está incluído na área geográfica de abrangência do semiárido brasileiro, definida pelo Ministério da Integração Nacional em 2005. Esta delimitação tem como critérios o índice pluviométrico inferior a 800 mm, o índice de aridez até 0,5 e o risco de seca maior que 60%. Relevo O município de Casinhas insere-se nas Áreas Desgastadas do Planalto da Borborema, composto por maciços e outeiros altos. Vegetação A vegetação do município é a caatinga hipoxerófila (ZANE – Zoneamento Agroecológico do Nordeste – EMBRAPA/2000). Hidrografia O município insere-se na bacia hidrográfica do rio Capibaribe. Os recursos hídricos dominantes são afluentes da bacia do rio Capibaribe, sobretudo o rio Caiai e os Riachos Gado Bravo e do Pato seus principais afluentes na área. O rio Capibaribe é perene e de baixa vazão no município. Todos os seus afluentes e subafluentes neste trecho possuem regime intermitente.

Histórico Segundo a tradição local, por volta de 1890, no caminho entre Bom Jardim e a mata existe

Histórico  Segundo a tradição local, por volta de 1890, no caminho entre Bom Jardim e a mata existe
Histórico Segundo a tradição local, por volta de 1890, no caminho entre Bom Jardim e a mata existente no local, havia uma casinha de palha, onde vivia uma senhora portadora de deficiência que costumava dar pouso aos viajantes. Posteriormente mudou-se para o local o Sr. José Barbosa de Farias. Outras famílias estabeleceram-se no local. Em 1894, foi construída uma capela dedicada a Nossa Senhora das Dores, atual padroeira, pelo professor José Merim. A partir deste núcleo de pequenas casas, que deu origem ao nome Casinhas, surgiu o município. O distrito de Casinhas foi criado pelas leis municipais nºs 46, de 16 de Dezembro de 1925, e nº 2, de 16 de Novembro de 1929, sendo subordinado ao município de Surubim. Foi elevado à condição de município pela lei estadual nº 11228, de 12 de Julho de 1995, com base na lei estadual complementar n° 15, de 1990, que permitiu aos municípios a solicitação da emancipação, desde que atendessem a alguns requisitos, como ter população superior a 10 mil habitantes e que o total de eleitores seja maior que 30% desta população. O município foi instalado em 1 de Janeiro de 1997.

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