O prefeito do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Lula Cabral, foi preso em operação contra fraudes no instituto previdenciário, na manhã de hoje. O mandado de prisão faz parte da Operação denominada "Abismo", da Polícia Federal (PF), busca a desarticulação de uma empresa que cometia fraudes em institutos previdenciários em vários estados do País.
De acordo com a PF, as investigações da operação tiveram início em março deste ano e apontam que foram transferidos mais de R$ 90 milhões de reais do instituto previdenciário do Cabo, que antes se encontravam investidos em instituições sólidas, para fundos de investimento compostos por ativos “podres”. Isso significa que não tem lastro e com uma grande probabilidade de inadimplência futura. Este esquema coloca o risco de pagamento da aposentadoria dos servidores do município e há possibilidade de já estarem prejudicados com a ação.
Hoje, houve cinco mandados de prisão no Estado, e até o fim da manhã, quatro já haviam sido cumpridas. Estão sendo cumpridos 18 mandados de busca, dois mandados de prisão temporária e quatro de prisão preventiva. O Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região autorizou o sequestro e o bloqueio dos bens e valores depositados em contas bancárias no nome dos investigados.
Os suspeitos estão sendo indiciados por lavagem de dinheiro, associação criminosa, crimes financeiros, corrupção ativa e passiva. A pena desses crimes ultrapassa 30 anos de reclusão. Os presos serão levados para a sede da Polícia Federal, na área central do Recife, onde deverão prestar depoimento e serão encaminhados para o sistema prisional.
Esquema
De acordo com a delegada da PF, Andrea Pinho, dentro do esquema havia uma empresa de fundos de investimentos que atuava de forma irregular. "Para conseguir captar clientes, ela se associou a lobistas, principalmente, aqui em Pernambuco, para fazer fundos de captação milionários. Como é o caso do instituto desta cidade, em que houve a transferência de quase cem milhões de reais", explica a delegada.
De acordo com o também delegado da PF, Márcio Tenório, lobistas, funcionários, o prefeito e parentes ligados ao instituto previdenciário. "A gente nesse esquema, a associação criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra ao fundo previdenciário. A investigação aponta que 50% de parte deste dinheiro já estava nesses fundos garantidos. Eles não poderiam mexer nesses fundos", confirma o delegado.
Números da operação
Segundo a investigação, que ocorre sob sigilo de justiça, houve a atuação de 220 policiais federais em cumprimento de sessenta e quatro ordens judiciais. No total, foram sendo 42 mandados de busca e apreensão, 10 mandados de prisão preventiva e 12 mandados de prisão temporária, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba, Goiás, Santa Catarina e no Distrito Federal. Estão sendo presos, empresários, lobistas, advogados, políticos, religiosos e outras pessoas que de uma forma tem participação com o esquema criminoso.
As medidas foram determinadas pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região, que ainda autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores depositados em contas em nome dos investigados.
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