RIO DE JANEIRO, 18 Jun (Reuters) - O Brasil demonstrou otimismo com um acordo para o texto final da Rio+20 ainda nesta segunda-feira, mas impasses entre delegações prosseguiam em temas relacionados aos oceanos e ao financiamento de projetos de desenvolvimento sustentável.
O Brasil pressiona pela aprovação do texto, apesar de movimentação da delegação europeia, que demonstrou interesse em estender as discussões até quarta-feira, dia de início da cúpula com chefes de Estado e governo.
O texto final, caso seja aprovado nesta segunda-feira, poderá ser apreciado pelos líderes do G20 que estão reunidos no México, antes que parte deles chegue ao Rio de Janeiro para o encontro de alto nível.
O maior ponto de divergência, agora, é em relação aos oceano, que busca definir regras sobre águas internacionais, disse o embaixador Luiz Alberto Figueiredo, um dos negociadores-chefe do Brasil na Rio+20.
O tópico se tornou prioridade para o Brasil e encontra resistência dos Estados Unidos.
"A questão de oceanos continua sendo negociada. É uma área que requer um esforço negociador mais intenso", disse.
O financiamento de projetos de desenvolvimento sustentável também segue em discussão. Países ricos, tradicionais financiadores de programas ambientais e os mais afetados pela crise internacional, rejeitam se comprometer com novos aportes.
A criação de um fundo de 30 bilhões de dólares para o financiamento de ações voltadas à sustentabilidade, proposta pelo G77 -grupo que reúne os países em desenvolvimento, incluindo China e Brasil- foi excluída do texto final, sinal claro da resistência de países desenvolvidos a realizar novos aportes.
No texto, foi incluída uma "cesta" de formas de financiamento para as ações, com fontes privadas e instituições financeiras.
"Estamos na fase final de fechar fórmulas que atendam aos interesses por ambição nos meios de implementação que permita uma ambição também na ação", disse Figueiredo.
O texto cita ainda o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), com o termo "upgrade", sem discutir a transformação à condição de agência da ONU, o que também enfrenta resistência de alguns países.
As negociações devem seguir pela madrugada. Figueiredo comparou as discussões a um jogo de futebol e disse que "o tempo regulamentar terminou" e que elas já estavam na prorrogação.
"Estamos vencendo os obstáculos que ainda restavam", disse ele. "Estamos absolutamente convencidos que o texto vai ser fechado esta noite".
O Brasil, que assumiu a liderança com o fracasso das negociações em aprovar um texto final, trabalha para evitar que os impasses cheguem à reunião dos chefes de Estado.
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