Rivânia Queiroz
Da equipe do blog
A deputada Tereza Leitão não esconde o mar de problemas em que o PT mergulhou, após ter anulado as prévias no Recife, e imposto o nome do senador Humberto Costa para a sucessão municipal. Ela enxerga a crise como sendo a pior que a sua legenda já enfrentou e teme pelas consequências. Tereza ressalta que as práticas autoritárias, que o PT estaria adotando, não se restringem ao território recifense. Para ela, estrapolou as fronteiras, chegando a Olinda e podendo comprometer a disputa em outros municípios, como Petrolina, por exemplo.
No caso olindense, Tereza lembra que lá atrás o seu grupo abriu mão de sua pré-candidatura em nome da reeleição do prefeito Renildo Calheiros (PCdoB), e, ontem, o que viu foi mais um tiro no pé dado por integrantes do partido. Leia-se, o grupo ligado ao senador Humberto Costa, que responde pela CNB - Construindo um novo Brasil - em Pernambuco. "A escolha de um vice é um processo delicado, que não pode ser imposto", alerta, ao dizer que a melhor saída seria negociar internamente o nome de consenso e não impor goela abaixo um quadro "como fez a CNB".
"Ontem ficou claro que não há acordo com a CNB. Trata-se de um projeto da corrente, que não quer deixar qualquer petista, que não seja do seu grupo, assumir um cargo político", avalia a deputada, ao se referir à indicação de Enildo Arantes para a vice de Renildo Calheiros, preterindo o atual vice, Orácio Reis. A postura como os integrantes do PT vêm agindo é tida como desagregadora e só aumenta o racha iterno, diz Tereza. "Rachado o PT está de cabo a rabo", concluiu a petista, durante entrevista à Rádio Folha.