Novo equipamento fica na porta de desembarque. Objetivo é evitar que usuários invadam os coletivos e viajem sem pagar
O Grande Recife Consórcio de Transporte (GRCT) está testando a implantação de uma segunda catraca dentro dos ônibus como forma de tentar inibir a evasão de receita no sistema de transporte público. O novo equipamento fica perto da porta traseira, que, apesar de ser destinada ao desembarque, costuma ser por onde usuários que não querem pagar a passagem invadem os ônibus. Atualmente, cinco veículos de duas linhas - 139-TI Cabo/TI Cajueiro Seco e 1984-Loteamento Bonfim/TI Abreu e Lima - estão com a nova configuração. Os resultados do teste é que dirão se a ideia será ou não estendida a outras linhas da Região Metropolitana.
No novo modelo, funciona assim: o passageiro embarca normalmente e passa pela primeira catraca, perto da porta dianteira, depois de pagar a tarifa. No desembarque, é que há a mudança: é preciso rodar a segunda catraca, que fica a poucos centímetros dos degraus da porta traseira. Não é preciso usar o Vale Eletrônico Metropolitano (VEM) ou nada mais. Basta passar e descer do ônibus. Vale ressaltar que a terceira porta, que fica no meio dos coletivos, continua sem catraca, já que precisa ficar livre para a operação das Plataformas Elevatórias Veiculares (PEV) que viabilizam o embarque e desembarque de cadeirantes.
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Os testes estão ocorrendo desde o primeiro semestre, mas têm sido repercutidos por usuários nas redes sociais, nos últimos dias, por estarem chegando a mais linhas. A primeira a ser avaliada foi a 2490-TI Camaragibe/TI Macaxeira, que opera temporariamente com veículos articulados do tipo BRT. Conforme o GRCT, o resultado foi positivo e deu subsídios para que, agora, nas linhas 139 e 1984, a nova catraca esteja sendo testada em ônibus menores, do tipo padrão.
Por ora, os dados também têm sido favoráveis aos objetivos da medida: tempo de viagem normal, nenhuma reclamação de passageiros na central telefônica do órgão gestor e menos gente embarcando de forma irregular. Na linha 1984, o crescimento de demanda foi de 4,61%, passando de 16.980 passageiros transportados, em setembro, para 17.763, em outubro. Nos dias úteis, esse número subiu de 13.050 para 13.467 (+3,2%).
"Identificamos que poderíamos fazer esses testes para reduzir a evasão de receita e houve uma autorização por portaria, com prazo de 60 dias. Os testes nessas duas linhas começaram em outubro e seguirão até o fim de novembro. Os dados do primeiro mês mostram resultados extremamente satisfatórios, mas ainda vamos fazer os nossos relatórios e, então, sugerir ou não se ampliamos [a instalação da segunda catraca] para outras linhas do sistema", explica o diretor de operações do GRCT, André Melibeu, acrescentando que uma das motivações da ideia surgiu do exemplo de João Pessoa (PB), onde 80% dos ônibus que têm três portas já contam com uma catraca na saída. Lá, alguns veículos já vêm da fábrica nessa configuração.
A porta traseira dos ônibus do Grande Recife ficou mais vulnerável em 2002, quando o assento dos cobradores foi remanejado da parte de trás para a dianteira dos coletivos, deixando o desembarque sem vigilância. A evasão de receita nas linhas 139 e 1984 e o fato de não terem grande demanda levou o GRCT a testá-las. "Se a decisão for por ampliar para mais linhas, faremos nas mais afetadas, nas que têm a maior evasão, nas que são deficitárias. Jamais implantaremos isso numa linha de alta demanda. Garanto que esse processo será de forma muito bem pensada, avaliando linha a linha", define Melibeu.
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