Rivânia Queiroz
O tempo do Partido dos Trabalhadores no Recife esgotou e a paciência do governador Eduardo Campos (PSB), idem. Nesta tarde, durante solenidade no Palácio do Campo das Princesas, o socialista argumentou que chegou a hora de tomar uma atitude. “De escolher um dos caminhos. Temos que ver o que podemos fazer. Levando em consideração a nossa história, a nossa caminhada para saber o que podemos fazer para que a vida das pessoas seja melhor”, considerou.
Embora não tenha oficializado um rompimento com o PT, Eduardo avisou que tem nomes e que estes estão sendo apresentando aos aliados. A declaração do governador deixou claro que o partido lançará um candidato a prefeito do Recife, já que o PT foi incapaz de resolver o seu problema interno em tempo hábil e unir a Frente Popular. “O debate do PT se arrastou além do tempo previsto, como todos acompanharam. Ninguém imaginava que iria chegar até aí”, continuou.
Eduardo Campos explicou que sua sigla era importante para o conjunto dos partidos governista e que havia chegado a hora de se posicionar. Na semana passada, o governador exonerou quatro secretários, isso para ter em mãos cartas nas mangas na hora de iniciar o jogo eleitoral. Foram apresentados aos aliados do governador os seguintes nomes: Geraldo Julio, ex-titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Danilo Cabral, ex de Cidades, Tadeu Alencar, ex-chefe da Casa Civil, e Sileno Guedes, ex de Articulação Social e atual presidente estadual do PSB.
“O PSB precisava colocar quadros com grande experiência administrativa para a frente analisar se é possível buscar a unidade em torno deles”. O governador aproveitou para explicar as razões pelas quais o PT se inviabilizou na capital pernambucana. Na sua visão, primeiro, porque o prefeito João da Costa, o condutor natural do processo eleitoral, não conseguiu coordená-lo. Depois, porque lançou mão de uma nova candidatura que não uniu os aliados.
“Normalmente, o presidente da república coordena a sua sucessão. Como faz o governador do estado e o prefeito. Aqui as condições não são dadas para que isso ocorra, embora a cidade do Recife seja a capital do Estado”, esclareceu. Ao finalizar que o PSB tem a confiança da sociedade e dos partidos aliados, por isso, foi procurado para pudesse encontrar uma saída para a situação.
“Primeiro conversei com o prefeito João da Costa. Disse que iria procurar todos os partidos da frente para compreender melhor o que houve. Em um determinado momento parecia está tudo costurado no PT, mas a unidade interna não tava nada costurada. Isso os partidos precisam levar em conta”.