A polícia ainda não liberou totalmente o acesso à rua onde fica a boate. Um cordão de isolamento ainda separa a população. Quem quiser prestar uma homenagem pode chegar um pouco mais perto e depositar flores ou cartazes em uma espécie de memorial.
A maioria das pessoas, porém, prefere ficar parada, observando a boate. "Quando olho para o prédio, imagino a cena dos guris tentando fugir", afirmou Rubilar dos Santos, 52.
Como todo cidadão santa-mariense, Santos tem sua própria relação com a tragédia. Seu sobrinho está internado em estado grave no Hospital de Caridade, também no centro da cidade. "Quando tentava sair, ele caiu e desmaiou. Alguma alma santa o resgatou. Mas ele inalou muita fumaça", contou.
Clandio Machado, 42, foi acompanhar o filho, Rooney Machado, 19. O jovem sobreviveu ao incêndio e, três dias depois da tragédia, finalmente teve coragem de voltar ao cenário do dia mais triste de sua vida.
"Ele trouxe um buquê de rosas e colocou no memorial, mas se emocionou tanto que precisou sair", disse. Machado trazia consigo a comanda com aquilo que seu filho consumiu no dia da tragédia. "De saúde, meu filho está bem. Mas o psicológico está totalmente abalado. O rapaz chora do nada, come pouco e quase não dorme", lamentou.
A boate fica em uma rua estreita, bem no centro da cidade, atrás de um supermercado. É ponto de passagem obrigatório de quem cruza essa região.
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