O Corpo de Bombeiros de Santa Maria (RS), responsável por verificar
problemas em casas noturnas da cidade, teve dois meses para vistoriar a
Kiss, palco da tragédia de domingo, mas não o fez por "questões
administrativas".
Se tivesse feito, poderia ter constatado que a boate havia instalado em seu teto, sem conhecimento do poder público, um revestimento acústico de espuma de poliuretano, material mais barato e inflamável, cuja queima causada por um artefato pirotécnico deu início ao incêndio que, até agora, matou 235 jovens.
Em setembro, os donos da Kiss receberam notificação sobre o vencimento, no mês anterior, do alvará de segurança contra incêndio. Por causa disso, em novembro, a casa informou os bombeiros sobre a necessidade de nova inspeção, que nunca ocorreu.
O coronel Sérgio Roberto de Abreu, comandante-geral da Brigada Militar, órgão responsável pelos bombeiros, disse ontem que ela não foi feita por "questões administrativas", mas não explicou quais. "O Corpo de Bombeiros fez a [última] inspeção em 2011, e a espuma não estava lá."
A espuma que, após a combustão, liberou a fumaça tóxica que matou por asfixia os frequentadores, está lá desde agosto, segundo funcionários que trabalharam na obra.
De acordo com técnicos ouvidos pela Folha, houve ainda outra falha dos bombeiros: liberar o funcionamento da Kiss com as saídas de emergência existentes.
Pelas regras da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que no RS têm efeito de lei, a distância entre qualquer ponto da boate e a saída de emergência não poderia ser superior a 20 m. Quem estava no fundo da Kiss na madrugada de domingo correu ao menos 22 m até a porta.
A Promotoria investiga a atuação da corporação.
De acordo com a legislação municipal de prevenção a incêndios em vigor, cabe aos bombeiros vistoriar as casas noturnas de Santa Maria.
A prefeitura repassa, por meio de um fundo, em torno de R$ 700 mil por ano aos bombeiros para fazer vários serviços, inclusive vistorias.
Ontem, a Polícia Civil confirmou a superlotação da Kiss. Uma funcionária disse em depoimento que separou mil comandas para aquela noite. A permissão de público, conforme os bombeiros, era para 691.
Segundo a polícia, a Secretaria de Saúde informou que tratou mais de 500 pacientes. Somados aos 235 mortos, o número supera o permitido.
Pelas normas da ABNT, a casa noturna também deveria ter uma brigada de combate a incêndios. A polícia informou que seguranças disseram, em depoimento, que nunca receberam esse treinamento.
Uma reconstituição feita na boate ontem à tarde, com participação de funcionários, apontou que o fogo, segundo todas as testemunhas, começou em cima do palco, sobre o local onde estava o cantor.
Se tivesse feito, poderia ter constatado que a boate havia instalado em seu teto, sem conhecimento do poder público, um revestimento acústico de espuma de poliuretano, material mais barato e inflamável, cuja queima causada por um artefato pirotécnico deu início ao incêndio que, até agora, matou 235 jovens.
Em setembro, os donos da Kiss receberam notificação sobre o vencimento, no mês anterior, do alvará de segurança contra incêndio. Por causa disso, em novembro, a casa informou os bombeiros sobre a necessidade de nova inspeção, que nunca ocorreu.
O coronel Sérgio Roberto de Abreu, comandante-geral da Brigada Militar, órgão responsável pelos bombeiros, disse ontem que ela não foi feita por "questões administrativas", mas não explicou quais. "O Corpo de Bombeiros fez a [última] inspeção em 2011, e a espuma não estava lá."
A espuma que, após a combustão, liberou a fumaça tóxica que matou por asfixia os frequentadores, está lá desde agosto, segundo funcionários que trabalharam na obra.
De acordo com técnicos ouvidos pela Folha, houve ainda outra falha dos bombeiros: liberar o funcionamento da Kiss com as saídas de emergência existentes.
Pelas regras da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que no RS têm efeito de lei, a distância entre qualquer ponto da boate e a saída de emergência não poderia ser superior a 20 m. Quem estava no fundo da Kiss na madrugada de domingo correu ao menos 22 m até a porta.
A Promotoria investiga a atuação da corporação.
De acordo com a legislação municipal de prevenção a incêndios em vigor, cabe aos bombeiros vistoriar as casas noturnas de Santa Maria.
A prefeitura repassa, por meio de um fundo, em torno de R$ 700 mil por ano aos bombeiros para fazer vários serviços, inclusive vistorias.
Ontem, a Polícia Civil confirmou a superlotação da Kiss. Uma funcionária disse em depoimento que separou mil comandas para aquela noite. A permissão de público, conforme os bombeiros, era para 691.
Segundo a polícia, a Secretaria de Saúde informou que tratou mais de 500 pacientes. Somados aos 235 mortos, o número supera o permitido.
Pelas normas da ABNT, a casa noturna também deveria ter uma brigada de combate a incêndios. A polícia informou que seguranças disseram, em depoimento, que nunca receberam esse treinamento.
Uma reconstituição feita na boate ontem à tarde, com participação de funcionários, apontou que o fogo, segundo todas as testemunhas, começou em cima do palco, sobre o local onde estava o cantor.
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