Política
Política denomina arte ou ciência da organização, direção e
administração de nações ou Estados; aplicação desta arte aos negócios
internos da nação (política interna) ou aos negócios externos (política
externa).
[1]
Nos regimes
democráticos,a ciência política é a atividade dos
cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com seu voto ou com sua
militância.
A palavra tem origem nos tempos em que os
gregos estavam organizados em
cidades-estado chamadas
"polis", nome do qual se derivaram palavras como "politiké" (política em
geral) e "politikós" (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos), que
estenderam-se ao latim "politicus" e chegaram às línguas européias
modernas através do
francês "politique" que, em 1265 já era definida nesse
idioma como "ciência do governo dos Estados".
[2]
O termo
política é derivado do
grego antigo πολιτεία (
politeía),
que indicava todos os procedimentos relativos à
pólis,
ou cidade-Estado. Por extensão, poderia significar tanto
cidade-Estado
quanto
sociedade,
comunidade,
coletividade e outras
definições referentes à vida urbana.
O livro de
Platão traduzido como "A República" é, no original,
intitulado "Πολιτεία" (
Politeía).
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O homem é um animal político |
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[editar] Acepções
básicas
- No sentido comum, vago e às vezes um tanto impreciso, política, como
substantivo ou adjetivo, compreende arte de guiar ou influenciar o modo
de governo
pela organização de um partido político, pela influência da opinião pública, pela aliciação de
eleitores;[1]
- Na conceituação erudita, política "consiste nos meios adequados à
obtenção de qualquer vantagem", segundo Hobbes ou "o conjunto dos meios que permitem
alcançar os efeitos desejados", para Russel ou "a arte de conquistar, manter e
exercer o poder, o governo", que é a noção dada por Nicolau Maquiavel, em O
Príncipe;[2]
- Política pode ser ainda a orientação ou a atitude de um governo em
relação a certos assuntos e problemas de interesse público: política
financeira, política educacional, política social, política do café;
- Numa conceituação moderna, política é a ciência moral normativa do
governo da sociedade civil.[3]
- Outros a definem como conhecimento ou estudo "das relações de
regularidade e concordância dos fatos com os motivos que inspiram as
lutas em torno do poder do Estado e entre os Estados";[4]
A política é objeto de estudo da
ciência política e da ciência social.
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Significado
clássico e moderno
O termo política, que se expandiu graças à influência de Aristóteles,
para aquele filósofo categorizava funções e divisão do
Estado e
as várias formas de
Governo, com a significação mais comum de arte ou
ciência do Governo; desde a origem ocorreu uma transposição de
significado das coisas qualificadas como
político, para a forma
de saber mais ou menos organizado sobre esse mesmo conjunto de coisas.
O termo política foi usado, a seguir, para designar principalmente as
obras dedicadas ao estudo daquela esfera de atividades humanas que se
refere de algum modo às coisas do Estado:
Política methodice digesta,
exemplo célebre, é obra com que
Johannes Althusius (1603) expôs uma das teorias da
consociatio
publica (o Estado no sentido moderno da palavra), abrangido em seu
seio várias formas de
consociationes menores. Na época moderna, o
termo perdeu seu significado original, substituído pouco a pouco por
outras expressões como
ciência do
Estado,
doutrina do
Estado,
ciência política,
filosofia política, passando a ser
comumente usado para indicar a atividade ou conjunto de atividades que,
de alguma maneira, têm como termo de referência a pólis, ou seja, o
Estado.
[2]
[editar] Política e poder
A política, como forma de atividade ou de práxis humana, está
estreitamente ligada ao poder. O poder político é o poder do homem sobre
outro homem, descartados outros exercícios de poder, sobre a natureza
ou os animais, por exemplo. Poder que tem sido tradicionalmente definido
como "consistente nos meios adequados à obtenção de qualquer vantagem" (
Hobbes) ou, como "conjunto dos meios que
permitem alcançar os efeitos desejados" (
Russell).
[editar] Formas e origens do
poder
São várias as formas de exercícios de poder de um indivíduo sobre
outro; o poder político é apenas uma delas.
[editar] Concepção
aristotélica
Para Aristóteles a distinção é baseada no interesse de quem se exerce
o poder: o paterno se exerce pelo interesse dos filhos; o despótico,
pelo interesse do senhor; o político, pelo interesse de quem governa e
de quem é governado. Tratando-se das formas corretas de Governo. Nas
demais, o característico é que o poder seja exercido em benefício dos
governantes.
[2]
[editar] Concepção
jusnaturalista
O critério que acabou por prevalecer nos tratados do direito natural
foi da legitimação, encontrado no cap. XV do Segundo tratado sobre o
governo de
Locke: o fundamento do poder paterno é a
natureza, do poder despótico o castigo por um delito cometido, do poder
civil o consenso. Esta justificação do poder correspondem às três
fórmulas clássicas do fundamento da obrigação:
ex natura, ex delicio,
ex contractu.
[2]
[editar] Caráter
específico do poder
Os critérios aristotélico ou jusnaturalista não permitem distinguir o
caráter específico do poder político.
Os pathy escritores políticos não cessaram nunca de identificar
governos paternalistas ou despóticos, ou então governos cuja relação com
os governados se assemelhava ora à relação entre pai e filhos, ora à
entre senhor e escravos, e que não deixam, por isso, de ser governos
tanto quanto os que agem pelo bem público e se fundam no consenso.
[2]
[editar] Tipos de poder
O elemento específico do poder político pode ser obtido das várias
formas de poder, baseadas nos meios de que se serve o sujeito ativo da
relação para determinar o comportamento do sujeito passivo. Assim,
podemos distinguir três grandes classes de um conceito amplíssimo do
poder.
[2]
[editar] Poder econômico
É o que se vale da posse de certos bens, necessários ou considerados
como tais, numa situação de necessidade para controlar aqueles que não
os possuem. Consistente também na realização de um certo tipo de
trabalho. A posse dos meios de produção é enorme fonte de poder para
aqueles que os têm em relação àqueles que os não têm: o poder do chefe
de uma empresa deriva da possibilidade que a posse ou disponibilidade
dos meios de produção lhe oferece de poder vender a força de trabalho a
troco de um salário. Quem possui abundância de bens é capaz de
determinar o comportamento de quem não os tem pela promessa e concessão
de vantagens.
[2]
[editar] Poder ideológico
O poder ideológico se baseia na influência que as idéias da pessoa
investida de autoridade exerce sobre a conduta dos demais: deste tipo de
condicionamento nasce a importância social daqueles que sabem, quer os
sacerdotes das sociedades arcaicas, quer os intelectuais ou cientistas
das sociedades evoluídas. É por eles, pelos valores que difundem ou
pelos conhecimentos que comunicam, que ocorre a de socialização
necessária à coesão e integração do grupo.
[2]
O poder dos intelectuais e cientistas emerge na modernidade quando as
ciências ganham um estatuto preponderante na vida política da sociedade,
influenciando enormemente o comportamento das pessoas. A ciência se
propõe a responder pelos mistérios da vida, o que na Idade Média era
"mistério da fé".
[editar] Poder político
O poder político se baseia na posse dos instrumentos com os quais se
exerce a força física: é o poder coator no sentido mais estrito da
palavra. A possibilidade de recorrer à força distingue o poder político
das outras formas de poder. Isso não significa que, ele seja exercido
pelo uso da força; a possibilidade do uso é condição necessária, mas não
suficiente para a existência do poder político.
[2]
A característica mais notável é que, o poder político, detém a
exclusividade do uso da força em relação à totalidade dos grupos sob sua
influência. No poder político há três características. Sendo uma delas a
Exclusividade que trata da tendência de não se permitir a
organização de uma força concorrente. Como por exemplo, grupos armados
independentes. Se encontra também a
Universalidade, tratando-se
da capacidade de se tomar decisões para toda a coletividade. E por
último a
Inclusividade que é a possibilidade de intervir, de modo
imperativo, em todas as esferas possíveis de atividades de membros do
grupo e de encaminhar tais atividades aos fins desejados ou de
desviá-las de um fim não desejado.
[editar] Hobbes e o direito
natural
O fundamento da teoria moderna do Estado, segundo
Hobbes, é a passagem do Estado de natureza ao
Estado civil, ou da
anarchía à
archia, do Estado apolítico
ao Estado político. Essa transição é representada pela renúncia de cada
um ao direito de usar cada um a própria força. Existente no estado de
natureza e que torna todos os indivíduos iguais entre si, para delegar o
direito do exercício da força a uma única pessoa, um único corpo, que
será o único autorizado a usar a força contra eles.
[editar] Teorias marxista e
weberiana
A hipótese jusnaturalista abstrata adquire profundidade histórica na
teoria do Estado de
Marx e de
Engels, segundo a qual a sociedade é dividida em
classes antagônicas e as instituições políticas têm a função primordial
de permitir à classe dominante manter seu domínio. Mas, este objetivo
só pode ser alcançado na estrutura do antagonismo de classes pelo
controle eficaz do monopólio da força; é por isso que, cada Estado é, e
não pode deixar de ser uma ditadura.
[2]
Já é clássica a definição de
Max
Weber: "Por Estado se há de entender uma empresa institucional de
caráter político onde o aparelho administrativo, leva avante, em certa
medida e com êxito a pretensão do monopólio da legítima coerção física.
Com vistas ao cumprimento das leis".
[5]
[editar] O fim da política
O que a política pretende alcançar pela ação dos políticos, em cada
situação, são as prioridades do grupo (ou classe, ou segmento nele
dominante): nas convulsões sociais, será a unidade do Estado; em tempos
de estabilidade interna e externa, será o bem-estar, a prosperidade; em
tempos de opressão, a liberdade, direitos civis e políticos; em tempos
de dependência, a independência nacional. A política não tem fins
constantes ou um fim que compreenda a todos ou possa ser considerado
verdadeiro: "os fins da Política são tantos quantas são as metas que um
grupo organizado se propõe, de acordo com os tempos e circunstâncias".
[2]
A política se liga ao meio e não sobre o fim, corresponde à opinião
corrente dos teóricos do Estado, que excluem o fim dos seus elementos
constitutivos. Para Max Weber: "Não é possível definir um grupo
político, nem tampouco o Estado, indicando o alvo da sua ação de grupo.
Não há nenhum escopo que os grupos políticos não se hajam alguma vez
proposto(…) Só se pode, portanto, definir o caráter político de um grupo
social pelo meio(…) que não lhe é certamente exclusivo, mas é, em todo o
caso, específico e indispensável à sua essência: o uso da força".
[5]
Portanto, o fim essencial da política é a aquisição do monopólio da
força.
[editar] Política relacional
A esfera da política é a da relação amigo-inimigo. Nesse sentido, a
origem e de aplicação da política é o antagonismo nas relações sociais e
sua função se liga à atividade de associar e defender os amigos e de
desagregar e combater os inimigos.
[2]
Há conflitos entre os homens e entre os grupos sociais, entre esses
conflitos, há alguns notáveis pela intensidade que são os conflitos
políticos. As relações entre os grupos instigadas por esses conflitos,
agregando os grupos internamente ou os confrontando entre si, são as
relações políticas. O conflito mais amplo, entre grupos consubstanciados
em Estados, é a - guerra - nesse sentido tida como a continuação da
política por outros meios, no dizer de
Clausewitz.
[editar] Política,
moral e ética
A crise política sem fim e sem precedentes sugere algumas reflexões
sobre o problema da ética na política. Nenhuma profissão é mais nobre do
que a política porque quem a exerce assume responsabilidades só
compatíveis com grandes qualidades morais e de competência. A atividade
política só se justifica se o político tiver espírito republicano, ou
seja, se suas ações, além de buscarem a conquista do poder, forem
dirigidas para o bem público, que não é fácil definir, mas que é preciso
sempre buscar. Um bem público que variará de acordo com a ideologia ou
os valores de cada político, mas o qual se espera que ele busque com
prudência e coragem. E nenhuma profissão é mais importante, porque o
político, na sua capacidade de ladrão que destroe instituições roubando
decisões da vida do povo, pode ter uma má influência sobre a vida das
pessoas maior do que a de qualquer outra profissão.
A ética da política não pode ser diferente da ética da vida pessoal. E
além de observar os princípios gerais, como não matar ou não roubar, o
político deve mostrar ao povo que o elegeu sua capacidade de defender o
bem comum, e o bem estar de toda a sociedade, sem se preocupar com o
simples exercício do poder. Além de não distinguir, de qualquer forma,
os demais membros da sociedade, deve ser capaz de mostrar à esses
membros que assume a responsabilidade pela consecução deste objetivo.
Exerce assim, o que se convencionou chamar da "ética da
responsabilidade".
E a ética da responsabilidade leva em consideração as consequências
das decisões que o político adota. Em muitas ocasiões, o político pode
ser colocado frente a dilemas morais para tomar decisões. Mas, o
político ciente, de sua obrigação com a ética da responsabilidade, sabe
que não deve subverter seus valores e, muito menos aqueles que
apresentou para seus eleitores. a politica por muitos é coisa ruim mas é bem assim pos sem ela não vivemos