Painel de votação mostra resultado da votação em primeiro turno da PEC
da reforma da Previdência na Câmara — Foto: Gustavo Garcia/G1
Com as novas regras definidas na reforma da Previdência,
o valor descontado do salário de cada trabalhador para a aposentadoria
vai mudar. Em resumo, quem ganha menos vai contribuir menos para o INSS,
e quem ganha mais, vai contribuir mais.
Com a reforma promulgada pelo Congresso nesta terça-feira (12), as novas alíquotas já valerão para os salários de fevereiro do ano que vem, pagos em março.
Hoje, quem trabalha com carteira assinada no setor privado contribui com um percentual que vai de 8% a 11% do salário para a Previdência. São três faixas:
- salário de até R$ 1.751,81: 8%
- de 1.751,82 a R$ 2.919,72: 9%
- de R$ 2.919,73 a R$ 5.839,45: 11%
Teto previdenciário
O valor de R$ 5.839,45 é teto previdenciário, ou seja, o valor máximo do benefício recebido pelos trabalhadores do setor privado.
Isso significa que, mesmo que alguém ganhe mais, só contribui com 11%
desse valor (o equivalente a R$ 642,34), porque não receberá mais do que
o teto quando se aposentar.
Para os funcionários públicos, a contribuição é diferente: o que vale é o chamado regime próprio.
Os que ingressaram no serviço público até 2013 pagam 11% de todo o seu
salário; exceto aqueles que aderiram ao fundo de previdência
complementar dos servidores, o Funpresp, que contribuem com 11% até o
teto do regime geral (R$ 5.839,45), porque têm o benefício limitado a
esse valor
Já os que entraram depois de 2013 também contribuem com 11% até o teto, pelo mesmo motivo.
Com a reforma, os dois regimes serão unificados, mas os servidores
públicos com altos salários e há bastante tempo no cargo terão que
contribuir com alíquotas mais altas.
Novo sistema
No novo sistema, as alíquotas vão de 7,5% a 14% para os trabalhadores
do setor privado e, para o setor público, podem chegar a 22%.
Mas essas taxas são progressivas, ou seja, cobradas apenas sobre a
parcela do salário que se enquadrar em cada faixa, o que faz com que o
percentual de fato descontado do total dos ganhos (a alíquota efetiva)
seja menor.
Por exemplo: para quem recebe até um salário mínimo (R$ 998), a alíquota é única, de 7,5%. Mas para ganhos entre R$ 998,01 e R$ 2 mil, sobe para 9%. Isso quer dizer que um trabalhador que ganha R$ 1.100 mil pagará 7,5% sobre R$ 998 (R$ 74,85), mais 9% sobre os R$ 102 que excedem esse valor (R$ 9,18). Ou seja, no total, ele pagará R$ 84,03, o que corresponde a 7,64% do seu salário.
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