A taxa do cheque especial para clientes que tenham conta-salário no banco e aderiram ao programa "Bom Pra Todos" caiu da máxima de 8,31% para a taxa única de 3,94% ao mês. A redução nesse caso é de 52,6%. Dentro do mesmo programa, a linha de crédito pessoal automática caiu da máxima de 5,79% para o teto de 3,94% (queda de 31,9%).
Essas novas taxas, segundo a instituição, entram em vigor no próximo dia 7.
Instituição facilita portabilidade
O banco também anunciou medidas para facilitar a transferência de financiamentos de veículos contratados em outros bancos, a chamada portabilidade."Percebemos que os outros bancos nos seguiram depois que cortamos nossas taxas no mês passado, por isso decidimos avançar um pouco mais", disse a jornalistas o vice-presidente de negócios de varejo do BB, Alexandre Abreu.
O BB criou ainda uma linha de crédito para não clientes, mas que estejam dispostos a oferecer um imóvel como garantia. Para essa linha, o juro será de 1,52% a 1,60% ao mês. A linha vale para quem tem renda mensal a partir de R$ 6 mil.
Para aqueles que não tenham imóvel ou tenham renda inferior a esse patamar será possível oferecer um veículo usado como garantia e financiar o equivalente a até 70% do valor do veículo. O prazo de financiamento é de até 58 meses.
"Enxergamos oportunidade de trazer clientes da concorrência", disse Abreu, revelando que o principal objetivo das medidas anunciadas nesta sexta-feira é tirar clientes de outros bancos, por meio da transferência de dívidas.
Essas medidas adicionais estarão todas em vigor até o dia 27 deste mês.
Outros bancos já fizeram cortes
O BB foi o primeiro banco a anunciar queda nas taxas de juros, em 4 de abril. Após essa medida, vários bancos também cortaram as taxas, entre eles Caixa, Bradesco, Itaú, Santander, HSBC e Citibank.Nesta segunda-feira (30), a presidente Dilma Rousseff elevou o tom na guerra do governo para que bancos privados reduzam os juros cobrados aos consumidores. Em pronunciamento na TV, Dilma pressionou as instituições a seguir o movimento de cortes anunciado pelos concorrentes públicos e disse ser inadmissível que o Brasil continue com uma das taxas mais altas do mundo.
A guerra para a redução das taxas se intensificou nas últimas semanas, com Banco do Brasil e Caixa anunciando cortes nos juros numa tentativa de forçar uma redução por bancos privados, que acompanharam em parte o movimento.
Além de usar os bancos estatais como arma para forçar a redução das taxas, o governo tem tido a colaboração do Banco Central, que tem cortado sistematicamente a taxa básica de juros brasileira (Selic), hoje em 9%.
Dilma e outros integrantes do governo vêm demonstrando publicamente desagrado com as taxas de juros e o spread bancário. Spread é o ganho que os bancos têm com os juros. Quando eles emprestam dinheiro para seus clientes, como no cheque especial, cobram juros muito maiores do que os juros que pagam aos clientes que investem em fundos, por exemplo. Essa diferença de juros é que é chamada de spread.