Diario de Pernambuco
Os jovens que estão na faixa dos 13 aos 20 anos são, de acordo com a linguagem do marketing, a nova geração Z. Uma pesquisa realizada pela agência J. Walter Thompson Innovation Group focou na percepção da sexualidade dos integrantes dessa geração e os resultados foram animadores para quem acredita na desconstrução de orientações sexuais e noções de gênero normativas: 52% deles afirmaram ser bissexuais em algum grau ou homossexuais.
A ideia de escala de 0 a 6, 0 sendo totalmente heterossexual e 6 totalmente homossexual, a famosa Escala Kinsey, foi implantada para fazer um mapa da orientação sexual dos entrevistados. Além dos dados quantitativos, a pesquisa traz perguntas objetivas que também oferecem análises sobre a psicologia em torno da aceitação do movimento queer. Foram questionados desde o uso de pronomes neutros até a aceitação do binarismo de gênero e a escolha das roupas de acordo com o gênero, explicou Shepherd Laughlin, diretor de tendências do grupo. Os resultados provam que a Geração Z está no caminho tão sonhado pela comunidade LGBTQ+.
Cerca de 56% dos jovens, entre 13 e 20 anos, afirmaram buscar usar termos neutros para fazer referência a outras pessoas. Enquanto entre os entrevistados mais velhos, de 28 a 34 anos, apenas 43% afirmou importar-se com as flexões. Sobre as compras, a Geração Z também afirmou rejeitar o binarismo na hora de escolher as roupas, o que gera movimentos como o de Willow Smith, ao tornar-se a nova embaixadora da Chanel e Jaden Smith figurando campanhas da Louis Vuitton e usando roupas que rompem as barreiras do binarismo.
Laughlin, que realizou a pesquisa, afirma que esses números são importantes por provarem que os “Zês”, como são chamados, estão em movimento de desapropriação do binarismo de gênero. “Nós fizemos um questionário em maio de 2015 e descobrimos que 81% afirmou que o gênero não define uma pessoa da mesma maneira que acontecia antigamente”, analisou.
Em 1946, os estudos Kinsey revelaram que “apenas” 45% das mulheres e 50% dos homens não sentiam algum tipo de reação erótica a pessoas do mesmo sexo, ou seja, eram 100% heterossexuais. A nova pesquisa fala de identidade de grupo e consumo diretamente, mas pode mostrar que houve uma mudança na autopercepção das novas gerações quanto a orientação sexual e identidade sexual, o que reflete diretamente na diminuição também do preconceito e em uma geração menos intolerante.