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terça-feira, 4 de agosto de 2015
segunda-feira, 3 de agosto de 2015
juiz justificou o pedido de prisão
Em despacho, juiz justificou o pedido de prisão. Ex-ministro foi detido em Brasília na manhã desta segunda #G1 #LavaJato #Política #JoséDirceu
Leia mais http://glo.bo/1hfH4dA
Papa sobre a confissão
Papa sobre a confissão: não encontramos juiz severo, mas o Pai misericordioso. Leia mais: http://ow.ly/QqtU5
Papa: na confissão não encontramos juiz severo, mas o Pai misericordioso - Shalom Catholic Community
O Papa Francisco recordou, neste domingo, após recitar a oração do Angelus, a recorrência do Perdão de Assis, que afirmou ser “um forte chamado a...
COMSHALOM.ORG
O BRASIL TA REGREDINDO E NÃO EVOLUINDO!!!!
Mais por favor!!!!! Seremos tratados como crianças??? O BRASIL TA REGREDINDO E NÃO EVOLUINDO!!!!
Deputado Rogério Marinho (PSDB) propõe mudança no ECA e no Código Penal para evitar condicionar aluno a adotar “posicionamento político”
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domingo, 2 de agosto de 2015
Deus é maravilhoso
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Assistindo este vídeo
Eu não consegui achar palavras
Para descrever.
Peço a vocês que assistam e
Compartilham...
Ver maisEu não consegui achar palavras
Para descrever.
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Jesus caminho verdade e vida
Um dos momentos mais emocionantes da Adoração quando nosso Padre Ivan expressou-se falando da entrega a Deus nosso Senhor.
sábado, 1 de agosto de 2015
cristãos são perseguidos no mundo
Mais de 100 milhões de cristãos são perseguidos em todo o mundo. Leia mais:
A Caritas Italiana publicou dossiê intitulado “Cristãos perseguidos: entre terrorismo e migração forçada”.
COMSHALOM.ORG
sexta-feira, 31 de julho de 2015
Arcebispo Dom Antônio Fernando Saburido – Arcebispo
Lema: “Secundum Verbum Tuum”
Nascimento: 10 de junho de 1947
Ordenação Sacerdotal: 17 de Dezembro de 1983
Eleito Bispo no dia 31 de Maio de 2000.
Sagrado Bispo no dia 20 de Agosto de 2000
Nomeado Bispo de Sobral-CE no dia 18 de Maio de 2005
Nascimento: 10 de junho de 1947
Ordenação Sacerdotal: 17 de Dezembro de 1983
Eleito Bispo no dia 31 de Maio de 2000.
Sagrado Bispo no dia 20 de Agosto de 2000
Nomeado Bispo de Sobral-CE no dia 18 de Maio de 2005
Eleito Arcebispo de Olinda e Recife no dia 1º de julho de 2009, sendo empossado no dia 16 de agosto do mesmo ano.
Endereço:
Rua Bispo Coutinho, s/n – Alto da Sé
53120-130 Olinda – PE
Rua Bispo Coutinho, s/n – Alto da Sé
53120-130 Olinda – PE
Biografia
Queridos irmãos e irmãs,
O tema da família encontra-se no centro de uma profunda reflexão eclesial e de um processo sinodal que prevê dois Sínodos: um extraordinário – recém-celebrado – e outro ordinário, convocado para o próximo mês de outubro. Neste contexto, considerei oportuno que o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais tivesse como ponto de referência a família. Aliás, a família é o primeiro lugar onde aprendemos a comunicar. Voltar a este momento originário pode nos ajudar quer a tornar mais autêntica e humana a comunicação, quer a ver a família de um novo ponto de vista.
Podemos deixar-nos inspirar pelo ícone evangélico da visita de Maria a Isabel (Lc 1,39-56). “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou–lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre’” (vv. 41-42).
Este episódio mostra-nos, antes de mais nada, a comunicação como um diálogo que se tece com a linguagem do corpo. Com efeito, a primeira resposta à saudação de Maria é dada pelo menino, que salta de alegria no ventre de Isabel. Exultar pela alegria do encontro é, em certo sentido, o arquétipo e o símbolo de qualquer outra comunicação que aprendemos ainda antes de chegar ao mundo. O ventre que nos abriga é a primeira “escola” de comunicação, feita de escuta e contato corporal, onde começamos a familiarizar-nos com o mundo exterior num ambiente protegido e ao som tranquilizador do pulsar do coração da mãe. Este encontro entre dois seres simultaneamente tão íntimos e ainda tão alheios um ao outro, um encontro cheio de promessas, é a nossa primeira experiência de comunicação. E é uma experiência que nos irmana a todos, pois cada um de nós nasceu de uma mãe.
Mesmo depois de termos chegado ao mundo, em certo sentido permanecemos num “ventre”, que é a família. Um ventre feito de pessoas diferentes, inter–relacionando-se: a família é “o espaço onde se aprende a conviver na diferença” (Exort. ap. Evangelii gaudium, 66). Diferenças de gêneros e de gerações que comunicam, antes de mais nada, acolhendo-se mutuamente, porque existe um vínculo entre eles. E quanto mais amplo for o leque destas relações, tanto mais diversas são as idades e mais rico é o nosso ambiente de vida. O vínculo está na base da palavra, e esta, por sua vez, revigora o vínculo. Nós não inventamos as palavras: podemos usá-las porque as recebemos. É em família que se aprende a falar na “língua materna”, ou seja, a língua dos nossos antepassados (cf. 2Mc 7,21.27). Em família, apercebemo-nos de que outros nos precederam, nos colocaram em condições de poder existir e, por nossa vez, de gerar vida e fazer algo de bom e belo. Podemos dar porque recebemos; e este circuito virtuoso está no coração da capacidade da família de ser comunicada e de comunicar; e, em geral, é o paradigma de toda a comunicação.
A experiência do vínculo que nos “precede” faz com que a família seja também o contexto onde se transmite aquela forma fundamental de comunicação que é a oração. Muitas vezes, ao adormecerem os filhos recém-nascidos, a mãe e o pai entregam-nos a Deus, para que vele por eles; e, quando se tornam um pouco maiores, põem-se a recitar juntamente com eles orações simples, recordando carinhosamente outras pessoas: os avós, outros parentes, os doentes e atribulados, todos aqueles que mais precisam da ajuda de Deus. Assim, a maioria de nós aprendeu, em família, a dimensão religiosa da comunicação, que, no Cristianismo, é toda impregnada de amor, o amor de Deus que se dá a nós e que nós oferecemos aos outros.
Na família, é sobretudo a capacidade de abraçar, apoiar, acompanhar, decifrar olhares e silêncios, rir e chorar juntos, entre pessoas que não se escolheram e, todavia, são tão importantes umas para as outras… é sobretudo essa capacidade que nos faz compreender o que é verdadeiramente a comunicação enquanto descoberta e construção de proximidade. Reduzir as distâncias, saindo mutuamente ao encontro e acolhendo-se, é motivo de gratidão e alegria: da saudação de Maria e do saltar de alegria do menino deriva a bênção de Isabel, seguindo-se-lhe o belíssimo cântico do Magnificat, no qual Maria louva o amoroso desígnio que Deus tem sobre ela e seu povo. De um “sim” pronunciado com fé, derivam consequências que se estendem para muito além de nós mesmos e se expandem no mundo.
“Visitar” supõe abrir as portas, não se encerrar no próprio apartamento; sair, ir ter com o outro. A própria família é viva, respira abrindo-se para além de si mesma; e as famílias que assim procedem podem comunicar a sua mensagem de vida e comunhão, podem dar conforto e esperança às famílias mais feridas, e fazer crescer a própria Igreja, que é uma família de famílias.
Mais do que em qualquer outro lugar, é na família que, vivendo juntos no dia a dia, se experimentam as limitações próprias e alheias, os pequenos e grandes problemas da coexistência e do pôr-se de acordo. Não existe a família perfeita, mas não é preciso ter medo da imperfeição, da fragilidade, nem mesmo dos conflitos; é preciso aprender a enfrentá-los de forma construtiva. Por isso, a família onde as pessoas, apesar das próprias limitações e pecados, se amam, torna-se uma escola de perdão. O perdão é uma dinâmica de comunicação: uma comunicação que definha e se quebra, mas, por meio do arrependimento expresso e acolhido, é possível reatá-la e fazê-la crescer. Uma criança que aprende, em família, a ouvir os outros, a falar de modo respeitoso, expressando o seu ponto de vista sem negar o dos outros, será uma construtora de diálogo e reconciliação na sociedade.
Muito têm para nos ensinar, a propósito de limitações e comunicação, as famílias com filhos marcados por uma ou mais deficiências. A deficiência motora, sensorial ou intelectual sempre constitui uma tentação a fechar-se; mas pode tornar-se, graças ao amor dos pais, dos irmãos e de outras pessoas amigas, um estímulo para se abrir, compartilhar, comunicar de modo inclusivo; e pode ajudar a escola, a paróquia, as associações a tornarem-se mais acolhedoras para com todos, a não excluírem ninguém.
Além disso, num mundo onde frequentemente se amaldiçoa, insulta-se, semeia-se discórdia, polui-se com as murmurações o nosso ambiente humano, a família pode ser uma escola de comunicação feita de bênção. E isto mesmo nos lugares onde parecem prevalecer como inevitáveis o ódio e a violência, quando as famílias estão separadas entre si por muros de pedras ou pelos muros mais impenetráveis do preconceito e do ressentimento, quando parece haver boas razões para dizer “agora basta”; na realidade, abençoar em vez de amaldiçoar, visitar em vez de repelir, acolher em vez de combater é a única forma de quebrar a espiral do mal, para testemunhar que o bem é sempre possível, para educar os filhos na fraternidade.
Os meios mais modernos de hoje, irrenunciáveis sobretudo para os mais jovens, tanto podem dificultar como ajudar a comunicação em família e entre as famílias. Podem-na dificultar, se se tornam uma forma de se subtrair à escuta, de se isolar apesar da presença física, de saturar todo o momento de silêncio e de espera, ignorando que “o silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras ricas de conteúdo” (BENTO XVI. “Mensagem do XLVI Dia Mundial das Comunicações Sociais”, 24/1/2012); e podem-na favorecer, se ajudam a narrar e compartilhar, a permanecer em contato com os de longe, a agradecer e pedir perdão, a tornar possível sem cessar o encontro. Descobrindo diariamente este centro vital que é o encontro, este “início vivo”, saberemos orientar o nosso relacionamento com as tecnologias, em vez de nos deixarmos arrastar por elas. Também neste campo, os primeiros educadores são os pais. Mas não devem ser deixados sozinhos; a comunidade cristã é chamada a colocar-se a seu lado, para que saibam ensinar os filhos a viver, no ambiente da comunicação, segundo os critérios da dignidade da pessoa humana e do bem comum.
Assim, o desafio que hoje se nos apresenta é aprender de novo a narrar, não nos limitando a produzir e consumir informação, embora esta seja a direção para a qual nos impelem os potentes e preciosos meios da comunicação contemporânea.
A informação é importante, mas não é suficiente, porque muitas vezes simplifica, contrapõe as diferenças e as visões diversas, solicitando a tomar partido por uma ou pela outra, em vez de fornecer um olhar de conjunto.
No fim das contas, a própria família não é um objeto acerca do qual se comunicam opiniões nem um terreno onde se combatem batalhas ideológicas, mas um ambiente onde se aprende a comunicar na proximidade e um sujeito que comunica, uma “comunidade comunicadora”. Uma comunidade que sabe acompanhar, festejar e frutificar. Nesse sentido, é possível recuperar um olhar capaz de reconhecer que a família continua a ser um grande recurso, e não apenas um problema ou uma instituição em crise. Às vezes, os meios de comunicação social tendem a apresentar a família como se fosse um modelo abstrato que se há de aceitar ou rejeitar, defender ou atacar, em vez de uma realidade concreta que se há de viver; ou como se fosse uma ideologia de alguém contra outro, em vez de ser o lugar onde todos aprendemos o que significa comunicar no amor recebido e dado. Ao contrário, narrar significa compreender que as nossas vidas estão entrelaçadas numa trama unitária, que as vozes são múltiplas e cada uma é insubstituível.
A família mais bela, protagonista e não problema é aquela que, partindo do testemunho, sabe comunicar a beleza e a riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher, entre pais e filhos. Não lutemos para defender o passado, mas trabalhemos com paciência e confiança, em todos os ambientes onde diariamente nos encontramos, para construir o futuro.
Papa Francisco
Vaticano, 23 de janeiro
Vigília da Festa de São Francisco de Sales – 2015.
Vigília da Festa de São Francisco de Sales – 2015.
Pascom de paróquia em San Martin cria aplicativo para celular
VALDEMIR FRANÇA
A Paróquia Nossa Senhora de Fátima, localizada no bairro de San Martin (Vicariato Recife Sul 1), inaugurou no dia 22 de julho, aplicativo para aparelhos móveis (celulares e tablets). O software foi criado para auxiliar o trabalho da Pastoral da Comunicação (Pascom), uma vez que, disponibiliza em um único espaço as mídias produzidas pela pastoral como imagens, vídeos, redes sociais e em breve, o site da paróquia que foi tirado da rede para manutenção.
Além do auxílio prestado à Pascom, o aplicativo também contribui para o aprimoramento da Pastoral de Conjunto paroquial, pois divulga todos os eventos das demais pastorais e ainda disponibiliza os contatos dos seus respectivos coordenadores. Assim a população de San Martin, Bongi, Prado e vizinhanças fica antenada com tudo que ocorre na paróquia com simples consultas em seus celulares.
O trabalho evangelizador também é uma marca desta nova tecnologia que oferece a população orientações de como obter os sacramentos, horários de missas, Liturgia Diária, chat, contato direto com o pároco e um espaço exclusivo para pedir orações.
Como baixar o aplicativo?
O aplicativo está disponível, gratuitamente, para qualquer pessoa que queira obtê-lo. Seu download já pode ser feito pela loja do Play Store, para sistemas Android, basta procurar por Paróquia N.S. de Fátima Recife.
Para os demais sistemas operacionais, iOS ou Windows phone, o download pode ser feito pelo linkhttp://app.vc/nossasenhoradefatima
quinta-feira, 30 de julho de 2015
A verdade sobre as Cruzadas
A verdade sobre as Cruzadas
1. O Primado do Papa
Na grande diversidade de nações da Europa na Idade Média havia um traço de união entre todos os reinos: a profissão da mesma fé católica. Este, segundo Régine Pernoud, foi o grande fator que fez surgir a Cristandade que se concretizava no Sacro Império Romano-Germânico.
Todas as nações da Europa pertenciam, em tese, ao Sacro Império, e o seu chefe político era escolhido dentre os príncipes cristãos, pela Dieta ou assembléia dos dignitários. O primeiro imperador foi Otão I, em 962.
Como a religião era denominador comum, ao Papa competia o magistério espiritual do Sacro Império: como chefe da Igreja, ele intervinha no Império todas as vezes em que as leis afetassem a moral cristã. Não raro também era invocado como árbitro supremo nas questões políticas; esse costume se estendeu até os tempos modernos, pois Alexandre VI resolveu a pendência entre a Espanha e Portugal pelo Tratado de Tordesilhas (1494).
Quando o Imperador alemão Henrique IV investiu sacerdotes indignos em bispados alemães, o Papa São Gregório VII o excomungou, desligando seus súditos da obediência a ele devida.
Foi então que Henrique IV dirigiu-se ao castelo de Canossa com trajes de peregrino, em noite de inverno, para pedir perdão ao Papa por seus crimes de venda dos cargos eclesiásticos (simonia).
Joseph De Maistre esclarece que “os papas não disputavam aos imperadores a investidura feudal, mas sim a investidura episcopal”, pelo báculo e pelo anel, para que os benefícios eclesiásticos não se convertessem em feudos políticos.
O ato simbólico de Henrique IV, na neve, em Canossa (1077), foi o marco da supremacia do Papa sobre os poderes temporais, na Idade Média.
2. O perigo islâmico: as Cruzadas, uma guerra defensiva
As Cruzadas são apresentadas por alguns historiadores como guerras de conquista da Europa contra os árabes. Mas não é bem verdade. As Cruzadas surgiram porque os países árabes, depois de unirem todas as tribos numa mesma nação islâmica continuaram a luta pelo poder total de Alá e seu Profeta, marchando em direção aos Balcãs e à península ibérica. Desde o século VII que os adeptos da doutrina muçulmana, ou Islamismo, liderados por Maomé — que intitulava a si próprio “Profeta de Alah” —, iniciaram a Guerra Santa, conquistando a Arábia, a Palestina, ocupando os Lugares Santos de Belém, Nazaré e Jerusalém, depois o Egito e daí passando à Espanha, onde foram chamados “mouros”.
Daí surge o antagonismo. Eles ameaçaram Constantinopla, e acabaram por tomá-la no fim da Idade Média. Ameaçaram a Espanha, onde queriam entrar e por séculos o vinham tentando. Dominaram o norte da África, e começaram a proibir o acesso aos lugares santos. Assim, a Europa estava praticamente cercada pelos turcos. E foi isso que motivou as Cruzadas.
Eram consideradas como uma guerra defensiva, portanto justa; consequentemente, os cavaleiros partiam com a consciência tranquila, pois não se tratava de uma guerra de conquista.
Batalha de Ascalon, no caminho para libertar Jerusalém
3. As perseguições aos romeiros
Em 1070 os turcos haviam tomado Jerusalém aos árabes e começaram então as perseguições e profanações que os peregrinos narravam com cores vivas no Ocidente. Nessa época, um piedoso peregrino chamado Pedro d’Amiens, ao retornar da Terra Santa, foi ter com o Papa Urbano II a fim de descrever-lhe os vexames dos cristãos na Palestina e profanação dos lugares santos pelos infiéis.
J. F. Michaud nos diz que Urbano II fora informado de um ataque iminente a Constantinopla. Decidiu, pois, passar ao ataque do campo inimigo. Por este motivo, o Papa convocou o concílio de Clermont (1095), ao qual compareceram muitos príncipes do Ocidente. Lá compareceu também Pedro d’Amiens e expôs com tal emoção a triste situação do país de Cristo que todos os circunstantes, em lágrimas, romperam num grito uníssono de fé e coragem: “Deus o quer! Deus o quer! “.
Ocorre que antes da definição e concretização das metas, Pedro, o Eremita e um cavaleiro apelidado Gauthier Sans-Avoir (Gualter Sem Tostão, o que nos dá uma ideia de sua falta de recursos ) ,anteciparam-se aos planos do Papa Urbano II e partiram para o Oriente com uma massa de 17.000 pessoas ignorantes, pobremente equipadas e sem nenhuma experiência militar. Foi um movimento paralelo e independente que partiu em direção à Niceia sem o prévio consentimento do Papa, chamado “cruzada do povo”. Após uma travessia caracterizada por desordens, violências e epidemias, foram completamente trucidados pelos turcos quando atacaram aquela cidade. Por isto, não se considera este movimento como a primeira cruzada, que teve seu início em 1096, portanto, no ano seguinte. (seu nome foi tirado do símbolo da Cruz Vermelha, que lembra o preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor , lá derramado, em campo branco, representando seu Puríssimo Corpo, por nós crucificado.)
Godofredo de Bouillon ou Bulhões
4. O absurdo da “razão única de ordem econômica”
É preciso frisar isto, porque aqui não são os filmes nem os romances que estão dando uma ideia distorcida da Cavalaria, mas os próprios historiadores que dizem que os cavaleiros iam para o Oriente em busca de riquezas, fortuna, glória. Glória acreditamos que sim, mesmo porque estava dentro do espírito deles. Mas… riqueza e fortuna, como e onde? Será que iriam deixar a França e a Inglaterra, onde tinham castelos, terras, mulheres e filhos, e criadagem à sua disposição, para navegar naqueles barquinhos, que mais pareciam casca de noz, e atravessar o que eles chamavam de “Mar Tenebroso”? (Acreditavam que o mar acabasse a certa altura… de repente; logo surgiam a cachoeira e o naufrágio…) E nem sequer sabiam o que vinha depois da África! Aventurando-se completamente naqueles pequenos barcos para chegar a um deserto terrível, com um calor a que não estavam acostumados, e encontrar um povo de língua estranha — para conquistar o quê? O que eles iriam ganhar do ponto de vista econômico ao deixar os seus bens na Europa?
Se não entendermos os objetivos da Cavalaria medieval, não conseguiremos entender as Cruzadas; porque, do ponto de vista econômico, era um malogro total. Não eram apenas cavaleiros de classes humildes que iam para a Terra Santa. Reis e príncipes abandonavam seus tronos e iam também, como foi o caso de Ricardo Coração de Leão, Felipe de França e tantos outros. Assim, não é possível explicar essa guerra apenas sob o prisma econômico. E isso se coloca tão-só como observação, pois sabemos que, de tempos em tempos, surge um ou outro historiador querendo defender a tese de que “a grande razão de ser das Cruzadas era a conquista de bens materiais”; quando, pelo contrário, parece-nos que até estavam perdendo esses bens.
Ilustração da Batalha de Ascalon, no caminho para Jerusalém
5. A motivação principal: a Fé
Como reflete o Professor Roberto De Mattei:
“Na catedral, os cristãos se reuniam em torno do padre que celebrava a missa em um altar olhando para o Oriente e renovava, sem derramamento de sangue, o máximo mistério do cristianismo: a Encarnação, Paixão e morte de Jesus Cristo. Nas Cruzadas, as mesmas pessoas pegavam em armas para libertar a Cidade Santa de Jerusalém que caíra nas mãos dos maometanos. O túmulo vazio do Santo Sepulcro, junto com o Santo Sudário, são testemunhos vivos da Ressurreição e as mais preciosas relíquias da Cristandade. A primeira Cruzada foi pregada em decorrência da meditação das palavras de Cristo: ‘Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me’ (Mt 16, 21-27). Aquela mesma Cruz, em torno da qual se reuniam as pessoas nas catedrais, foi estampada nas vestes dos cruzados e exprimia o ato pelo qual o cristão se mostrava disposto a oferecer sua vida pelo bem sobrenatural do próximo brandindo suas armas. O espírito das Cruzadas era, e continua a ser, o espírito do cristianismo: o amor ao mistério incompreensível da Cruz.” (Apologia da Cruzada )
E conclui o mesmo professor italiano : “Expurgar a idéia de Cruzada da ‘plataforma programática’ pessoal significa banir a própria ideia do combate cristão.”
O ensinamento de que a vida espiritual é uma luta está especialmente desenvolvido nas cartas de São Paulo. Em muitos lugares delas encontram-se metáforas e imagens tiradas da vida do guerreiro. O Apóstolo explica como a vida cristã é um bonum certamen (bom combate) que deve ser batalhado “pelo bom soldado de Jesus Cristo” (II Tm. 2, 3). “Revesti-vos da armadura de Deus ‒ diz ele ‒, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal espalhadas nos ares. Tomai, por tanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever” (Ef 6, 11ss).
E ainda:
“Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus.” (Efésios 6, 14-17).
O espírito da Cruzada e do martírio têm uma origem comum na dimensão profunda da guerra espiritual. O martírio, como o sofrimento, pressupõe o combate.
A própria vida de Jesus Cristo pode ser considerada como uma batalha constante contra o conjunto das forças hostis ao reino de Deus: o pecado, o mundo e o diabo.
Que a vida do cristão seja uma luta é um dos conceitos que com maior frequência ressoa no Novo Testamento, onde lemos: “Suporta comigo os trabalhos, como bom soldado de Jesus Cristo. Nenhum soldado pode implicar-se em negócios da vida civil, se quer agradar ao que o alistou. Nenhum atleta será coroado, se não tiver lutado segundo as regras.” (II Tm. 2, 5). O Evangelho, aliás, em seu genuíno sentido original, é a proclamação de uma vitória militar, neste caso a vitória de Cristo sobre o mal e os poderes das trevas.”
Cfr. Prof. Roberto de Mattei, “Il Foglio”, 08/06/2010, apud Corrispondenza Romana, 08/06/ 2010).
6. A Primeira Cruzada
Da primeira Cruzada, realmente organizada participaram Godofredo de Bouillon, Duque de Lorena, Raimundo Saint-Gilles, Conde de Tolosa, Balduíno de Flandres, os normandos Boemundo de Tarento e Tancredo de Siracusa, além do irmão do rei Felipe I da França, o conde Hugo de Vermandois. Como legado do Papa, partiu Ademar de Monteil, Bispo de Puy.
Após vários combates, em que a cavalaria cristã despertou a admiração dos adversários, os cruzados entraram em Jerusalém em 16 de junho de 1099. Godofredo de Bouillon recusou o título de rei, dizendo “que não queria ser coroado com ouro onde Cristo tinha sido coroado com espinhos”. Foi nomeado Guarda do Santo Sepulcro. Ouçamos as palavras dele mesmo, pedindo ajuda :
“Conclamamos a todos os senhores da Igreja Católica de Cristo e de toda a Igreja latina a exultaram com a admirável bravura e devoção de vossos irmãos.
Com a gloriosa e tão desejável recompensa de Deus onipotente, e com a muito e devotamente esperada remissão de nossos pecados pela graça de Deus.
E rogamos que Ele faça com que todos vós –bispos, clero e monges de vida devota, e todo o laicato – se sentem à mão direita de Deus, que vive e reina por todos os séculos dos séculos. E vos pedimos e rogamos em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que permanece sempre conosco e nos livra de todas as tribulações, que cuidem bem de nossos irmãos que a vós retornam, fazendo-lhes gentilezas e pagando suas dívidas, para que Deus os recompense e absolva de todos os vossos pecados e vos conceda uma participação nas bênçãos que nós e eles temos merecido diante do Senhor. Amém. Laodicéia, Setembro de 1099”
Com capital em Jerusalém, expandiu-se por outras cidades : Edessa, Antioquia, Trípoli, Tiberíades a conquista dos cruzados na Palestina, governando-as como feudos de Jerusalém, originando o Reino Latino-Cristão do Oriente. Estava garantida a posse da terra Santa e livre a rota para todos os peregrinos.
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O Legado de Júpiter
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Publicado por Canção Nova Play em Segunda, 22 de janeiro de 2018